O incidente surge na sequência de uma acusação de blasfémia contra um empregado de limpeza cristão acusado de profanar o Corão e de insultar o Profeta do Islão.
O Pe. Abid Tanveer, vigário geral da Diocese católica de Faisalabad, relatou à Fundação AIS o regresso de uma visita a Jaranwala, onde afirmou que a situação continuava a ser insegura.
Esta situação tem sido muito aterradora. Os cristãos estão muito assustados. Por favor, rezem pelo nosso povo, rezem para que as suas vidas sejam protegidas. Muitas pessoas perderam os seus bens, tudo. Não sabem o que fazer nem para onde ir.
Um clérigo cristão disse que até agora cerca de 2.000 pessoas tinham fugido de suas casas. O Pe. Tanveer informou que tinham sido atacadas 13 igrejas pertencentes a diferentes confissões cristãs, algumas das quais foram incendiadas, bem como a casa de um catequista e a casa paroquial.
Disse que o Pe. Khalid, pároco de St Paul’s, Jaranwala, teve de se fechar dentro da casa paroquial quando os extremistas a cercaram, gritando e exigindo que ele saísse.
Por fim, os agressores foram-se embora, permitindo que o padre saísse mas, pouco depois, os atacantes voltaram e incendiaram as certidões de baptismo, casamento e óbito que se encontravam no escritório paroquial.
De acordo com testemunhas locais contactadas pela Fundação AIS, os atacantes começaram a atirar móveis para a rua, enquanto apelavam ao assassínio do alegado blasfemo.
Um contacto da Fundação AIS em Faisalabad afirmou que as mensagens das mesquitas enviadas por altifalantes apelavam à população local para “sair e matar” os cristãos. Um cristão de Faisalabad disse à Fundação AIS: “É absolutamente aterrador. Não sabemos o que vai acontecer a seguir.”
Outro líder do clero paquistanês de Faisalabad disse: “Condenamos totalmente este acto de terrorismo brutal. As pessoas que atacaram cristãos inocentes e queimaram as suas casas têm uma mentalidade de terrorismo.” Até à data, não há registo de mortes.
Os Cristãos de Jaranwala começaram a abandonar as suas casas logo às 5h da manhã, depois de os muçulmanos locais os terem avisado de que um ataque estava iminente.
Um sacerdote mais idoso disse à Fundação ACN que a ameaça não tinha passado e que as pessoas continuavam “muito assustadas”.
“Estamos muito gratos pela vossa preocupação e pelas vossas orações. Por favor, continuem a rezar por nós.” O Pe. Tanveer disse que tinha sido destacada mais polícia, mas que não havia garantias de que a situação fosse controlada, porque os extremistas estavam bem armados e continuavam a ter intenções de violência em resposta ao alegado incidente de blasfémia.
(Com AIS)
