Sim, precisamos cumprir tarefas, mas a que custo?
Estávamos tendo uma ótima conversa ao telefone. Eu havia terminado todas as tarefas silenciosas que poderia fazer enquanto conversava, mas os pratos sujos estavam amontoados na minha mente. O tilintar da louça e o jato de água corrente distraem ao telefone, então isso estava fora de questão naquele momento. Tentei me livrar da sensação incômoda de que estava perdendo tempo conversando. Terminamos nossa conversa pouco depois, principalmente porque não dei o impulso necessário para continuar.
Quando terminei de lavar a louça e verifiquei tudo da minha lista de tarefas, parabenizei-me pelo trabalho bem feito. Olhei para o meu dia e fiquei feliz com a quantidade de coisas que eu tinha dado conta de fazer
Cumprir tarefas, mas a que custo?
Mas uma pequena pergunta incômoda continuou vindo à mente. Não era uma pergunta legal e eu queria ignorá-la, porém ela continuava voltando. “Machuquei alguém para ter esse ‘dia muito produtivo’?” Acontece que, olhando bem, a resposta era “sim, várias pessoas”.
Eu adiei repetidamente os pedidos de meu filho ao longo do dia, afastando-o muito mais vezes do que realmente me envolvi com ele. Meu marido também sofreu, pois fui rude e simplesmente cruel quando ele interrompeu meus projetos com sua conversa. Também adiei para a terceira noite daquela semana o jantar que havíamos planejado desde o fim de semana anterior.
E ainda havia minha amiga ao telefone (aquela do começo deste artigo). Ela recebeu muito menos do meu tempo e atenção do que poderia, pois eu estava tão desesperada para realizar todas as minhas coisas “importantes”.
O que é realmente importante?
Tive um dia produtivo no que diz respeito às tarefas. As tarefas, porém, não são feitas à imagem e semelhança de Deus e não têm almas imortais.
Meu conceito de tempo geralmente está um pouco fora de sintonia Encontro-me regularmente prestando atenção em fazer as coisas, enquanto afasto as pessoas à minha frente. Claro, tem que haver um equilíbrio – às vezes os pratos só precisam ser lavados ou ninguém poderá cozinhar ou comer. Mas minha tentação pessoal é sempre escolher primeiro a tarefa e depois a pessoa. E essa escolha nunca torna a vida mais fácil ou gratificante.
Perguntas-chave
Aqui estão algumas perguntas que me faço quando percebo que meus “deveres” estão começando a se acumular e minha lista de tarefas está em primeiro lugar em meus pensamentos.
Começo tentando identificar o que aconteceu.
- Assumi novas responsabilidades recentemente ou algo significativo mudou em minha agenda? Às vezes, encontrar a origem do problema é tão simples quanto perceber que um de meus filhos atingiu um novo estágio de desenvolvimento e exigiu muito mais atenção e energia;
- Tenho usado meu tempo de forma mais casual ou recreativa ultimamente? Mais tempo da internet, mais leitura e mais pensamento sobre o que preciso fazer, em vez de realmente fazê-lo?
- Em geral, reservei tempo para priorizar as pessoas em minha vida? Ou apenas tentei encaixá-los entre outras tarefas quando posso?
Quanto mais dicas e truques multitarefa eu adiciono ao meu repertório e quanto mais tempo economizo, mais tempo sinto que tenho. E quando tenho mais tempo, tendo a assumir mais tarefas – e com isso quero dizer: adicionar mais tarefas, não gastar mais tempo intencionalmente com as pessoas.
Desacelerando
Em vez de me curvar para fazer mais uma coisa, ou fazer mais cinco coisas ao mesmo tempo para poder fazer mais uma depois, tenho que optar por desacelerar. Se estou gastando muito tempo para manter segura entretida uma criança que recentemente aprendeu a andar, então devo rever quantas tarefas consigo fazer no dia.
No geral, o primeiro passo é sempre ter certeza de que estou fazendo um esforço para organizar meu tempo, colocando as pessoas como prioridade e, depois, as tarefas.
Lembre-se, digo a mim mesmo, a pessoa à sua frente foi feita à imagem de Deus. Sua lista de tarefas, não.
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