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Nicarágua: jesuítas são banidos e têm bens confiscados pelo regime de Ortega

UNIVERSITE-NICARAGUA-AFP

L'université centraméricaine du Nicaragua, dirigée par la Compagnie de Jésus.

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Daniel R. Esparza - publicado em 25/08/23
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Ditadura alega que os jesuítas não cumpriram os relatórios fiscais exigidos

Depois de fechar a Universidade Centro-Americana (uma universidade privada jesuíta fundada em 1960), expulsar a comunidade de padres jesuítas de sua residência privada perto da universidade, em Manágua, e confiscar os bens da universidade na quarta-feira, 23 de agosto, as autoridades da Nicarágua acabaram de banir toda a Companhia de Jesus do país e ordenaram o confisco de todos os seus bens, alegando que eles não cumpriram os relatórios fiscais.

A Companhia de Jesus não é a primeira ordem religiosa banida da Nicarágua. No ano passado, as Missionárias da Caridade foram expulsas do país. O regime de Ortega alegou que as missionários não estavam credenciadas “pelo Ministério da Família para funcionar como creche de desenvolvimento infantil, lar para meninas e lar para idosos”, nem “possuem licença de funcionamento do Ministério da Saúde" e que as suas “demonstrações financeiras reportadas ao Ministério do Interior não estão de acordo” com outros documentos apresentados.

Desde novembro de 2018, a ditadura de Ortega expropriou bens e ativos de cerca de 3.321 ONG's. Um mosteiro trapista, por exemplo, virou propriedade do Instituto Nicaraguense de Tecnologia Agrícola (INTA), segundo informações fornecidas pelas irmãs trapistas à mídia local.

O relatório centra-se na crise político-social que eclodiu em abril de 2018 na Nicarágua. Manifestantes foram às ruas para protestar contra uma série de reformas que o regime de Ortega implementou no sistema de seguridade social, aumentando os impostos e diminuindo os benefícios. O governo respondeu violentamente a essas manifestações, deixando pelo menos 355 mortos, segundo o relatório.

Montenegro explica que, antes daquele mês de abril, os abusos contra a Igreja eram esporádicos. Mas, depois das manifestações, as hostilidades aumentaram.

A universidade jesuíta foi um centro de manifestações contra a controversa reforma do sistema nacional de segurança social do presidente Daniel Ortega em 2018. No dia 16 de agosto de 2023, o regime anunciou que os bens da universidade tinham sido confiscados pelas autoridades nicaraguenses sob o argumento de ser um “centro de terrorismo”.

Uma nota publicada pelo Vatican News explica que a universidade “classificou a acusação como totalmente ‘infundada’ e classificou a apreensão como um golpe para a academia na Nicarágua”.