separateurCreated with Sketch.

Milagre de São Januário se repetiu, mas arcebispo já fez um alerta perene

Milagre da liquefação do sangue de São Januário

Milagre da liquefação do sangue de São Januário

whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Francisco Vêneto - publicado em 19/09/23
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
O inexplicável fenômeno é registrado desde 1389 e, quando não ocorre, é indevidamente associado a "maus presságios"

Neste 19 de setembro, voltou a repetir-se na catedral de Nápoles, na Itália, o milagre da liquefação do sangue de São Januário - um fenômeno que é registrado desde 1389 e que a ciência nunca conseguiu explicar.

As três datas do milagre

O prodígio costuma acontecer em três ocasiões a cada ano:

  • no primeiro domingo de maio;
  • na festa litúrgica do santo, que recai justamente em 19 de setembro;
  • e no dia 16 de dezembro, data que recorda o milagre de 1631, quando, pela intercessão de São Januário, evitou-se uma tragédia após a erupção do vulcão Vesúvio.

No resto do ano, o sangue de São Januário é custodiado em estado sólido num relicário da catedral de Nápoles. O fenômeno da liquefação não é reconhecido oficialmente pela Igreja como um milagre, mas é extremamente popular e aguardado localmente. Quando acontece, os fiéis o consideram bom sinal para Nápoles e para a região da Campânia.

"Maus presságios"?

Já quando não ocorre, é interpretado popularmente como sinal de que algo ruim está para acontecer. De fato, para mencionar alguns exemplos, o sangue do santo não se liquefez em alguma das três datas de anos difíceis como:

  • 1939: a Alemanha deu início à Segunda Guerra Mundial, invadindo a Polônia.
  • 1973: Nápoles foi atingida por uma epidemia de cólera.
  • 1980: ocorreu o grande terremoto em Irpinia.

Um alerta perene

Foi justamente sobre os supostos "maus presságios" da não-liquefação que o arcebispo de Nápoles fez um alerta no dia 19 de setembro de 2022: dom Domenico Battaglia reforçou, na sua homilia, que não se deve tratar supersticiosamente o fenômeno, nem ver nele uma espécie de “oráculo”. O arcebispo fez um alerta que pode ser considerado como perene:

"Pouco importa, meus irmãos, se o sangue se liquefaz ou não: nunca reduzimos esta celebração a um oráculo a ser consultado. Acredite: o que de fato importa para nosso Senhor, o que o nosso bispo e mártir Januário nos pede com veemência, é o compromisso diário de investir no amor, de dissolver os caroços do egoísmo, de romper as barragens sólidas que impedem o bem, deixando passar a linfa do amor, como o sangue que corre pelas veias do corpo desta cidade, até o último capilar, levando a todos esperança, confiança, possibilidade de redenção e novidade de vida".

A mensagem deste ano

Já neste 19 de setembro de 2023, dom Domenico destacou, na homilia, que "o milagre maior" que somos chamados a operar é o de "cultivar a justiça e a paz". Em particular, ele exortou os fiéis napolitanos a fazerem de Nápoles "um lugar de vida e perdão". O arcebispo rogou para isto a intercessão de São Januário, a quem descreveu como "fiel a Cristo".