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Moçambique: fanáticos muçulmanos matam 12 cristãos

Ataques em Cabo Delgado, Moçambique, por terroristas islâmicos

Ataques em Cabo Delgado, Moçambique, por terroristas islâmicos, em 2021: situação dramática persiste

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Francisco Vêneto - publicado em 22/09/23
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Facção ligada ao Estado Islâmico persiste na região: queimaram casas, destruíram bens e dispararam após separarem os cristãos dos muçulmanos

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) confirmou que, no último dia 15, fanáticos muçulmanos ligados ao grupo terrorista Estado Islâmico atacaram a localidade de Naquitengue, na província moçambicana de Cabo Delgado, e abriram fogo contra moradores cristãos depois de separá-los dos vizinhos muçulmanos. Os criminosos também incendiaram casas e destruíram bens de cristãos, obrigando parte da população a se refugiar em pânico na floresta.

O próprio Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque e informou ter matado 11 pessoas, mas acabaram sendo confirmadas ao menos 12 vítimas fatais, além de dezenas de feridos.

O bando criminoso é uma facção do grupo terrorista que estarreceu o planeta entre 2013 e 2017 ao dominar importantes áreas do Iraque, da Síria e da Líbia e prometer implantar um califado. Derrotados por uma coalizão de forças da OTAN, por um lado, e da Rússia, por outro, os fanáticos tentam reorganizar-se em células que persistem em algumas regiões do mundo, sendo o norte de Moçambique a de mais intensa atuação do grupo na atualidade.

A crise na região atinge sobretudo a província de Cabo Delgado, mas também afeta, em menor medida, as províncias vizinhas de Nampula e Niassa. Em todas elas, os terroristas atacam civis sistematicamente. Em abril de 2023 chegou-se à marca de 1 milhão de moradores obrigados a se deslocar da região. Em agosto, o bispo dom Antônio Juliasse, da diocese de Pemba, informou que a quantidade de mortos na região, em decorrência do terror, supera 5 mil.

O recente ataque em Naquitengue foi perpetrado cerca de um mês após a morte do líder terrorista Bonomade Machude Omar, executada e confirmada pelas autoridades militares moçambicanas.

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