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O senso de humor: importantíssimo para a vida familiar e em sociedade

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Woman dancing alone with headphones on

fizkes | Shutterstock

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John Touhey - publicado em 06/10/23

Não subestime o poder do humor; ele pode nos ajudar a superar situações muito difíceis, ao mesmo tempo que nos mantém humildes

Doença não é motivo de riso, mas quando um membro da minha família passou recentemente por uma crise de saúde, o senso humor desempenhou um papel fundamental para ajudar a todos a lidar com a situação. 

Juntamente com atualizações médicas e resultados de exames incompreensíveis, também trocamos textos sobre o valor da moda das batas hospitalares e a delícia das dietas líquidas. Em meio à toda ansiedade, essas piadinhas proporcionaram um alívio palpável. A vida pode ser estressante, mas mesmo quando estamos sofrendo, podemos tentar ajudar uns aos outros a sorrir.

Com uma ferramenta tão maravilhosa à nossa disposição, por que então o nosso mundo tem se tornado cada vez mais sem humor?

Não é que o riso tenha sido totalmente abolido, é claro; mas hoje em dia rimos menos de nós mesmos e mais das fraquezas dos outros.

A culpa é da mídia social? O “humor” online certamente pode ser mesquinho. Tomemos, por exemplo, uma moda recente no TikTok chamada #eggcrackchallenge, em que os pais surpreendem os filhos quebrando ovos na cabeça deles enquanto filmam o resultado. Esses vídeos ganharam muita resistência e não é de se admirar. Os adultos irresponsáveis ​​que tentaram essa façanha muitas vezes deixaram seus filhos abalados e em lágrimas. As piadas podem curar, mas também prejudicar e trair.

Teorias do engraçado

A linha entre engraçado e ofensivo sempre foi muito tênue. É difícil explicar a diferença – ou mesmo definir o que é exatamente o humor. O humor é uma característica humana tão básica que é surpreendente que o entendamos tão pouco. Foram feitas tentativas de construir teorias do humor, mas nenhuma delas chega perto de explicar por que uma piada é engraçada e outra não dá certo. Parece que todas essas teorias são ridículas, mas não no sentido humorístico.

Não é de surpreender que GK Chesterton tenha chegado mais perto de identificar a essência do humor quando insistiu que ele “corresponde à virtude humana da humildade” e que tem “um sentido dos mistérios”.

Risos, inteligência e humor

Chesterton fez uma distinção útil entre riso, inteligência e humor. O riso, embora possa ser positivo, não chega muito fundo, porque carece de julgamento e significado. Todos nós já tivemos a experiência de cair na risada com nossos amigos. Alguém começa a rir e a risada se torna contagiante. A sensação é divertida enquanto dura, mas o efeito é puramente fisiológico – e logo passa.

A inteligência é mais sofisticada. Chesterton disse que é “o intelecto humano exercendo toda a sua força, embora talvez num pequeno ponto. A inteligência é a razão em seu tribunal; e embora os infratores possam ser tocados levemente, a questão é que o juiz não é tocado de forma alguma.”

Oscar Wilde era um mestre da inteligência, e brincou: “Sempre perdoe seus inimigos – nada os irrita tanto”.  

O melhor e mais verdadeiro humor, porém, procura afirmar um julgamento mais profundo ou afirmar um grande valor. O julgamento que faz é dirigido a todos nós, inclusive ao humorista. Diz-nos que somos criaturas falíveis que precisam de graça. Mas o humor também é comovente porque nos fala uma verdade: se não superarmos nossa vaidade e brigas mesquinhas, nós, humanos, vamos nos explodir.

Humor, humildade e esperança

O uso correto do humor talvez seja melhor ilustrado por São Filipe Neri. Ele estava muito próximo de Deus e era tão obviamente santo que recorreu ao seu senso de humor para preservar sua humildade. Certa vez, quando um bispo erudito foi assistir a uma missa celebrada por Neri, ele começou, propositalmente, a pronunciar erroneamente as palavras de sua homilia, com efeito cômico. Ele também pedia às pessoas que lhe contassem piadas antes da missa para evitar cair em devaneios místicos.

Depois, há São João XXIII, que quando um jornalista lhe perguntou quantas pessoas trabalhavam no Vaticano, respondeu com um sorriso: “Oh, não mais do que metade delas”.

Na sua forma mais poderosa, uma piada realmente boa é uma arma contra o desespero. Pode reafirmar que a realidade é boa, mesmo quando a evidência imediata parece apontar para a conclusão oposta.

Nestes dias tensos, em que tantos parecem estar irritados ou zangados com uma coisa ou outra, tenhamos em mente o exemplo do Papa Francisco que, em 2016, disse a um entrevistador que reza todos os dias pelo dom do senso de humor. “É um atributo humano, mas é o que mais se aproxima da graça de Deus”, disse o Papa.   

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