Há algumas semanas, visitei a casa-mãe de uma congregação de religiosas. Eu estava lá para dar palestras para algumas visitantes que faziam um retiro vocacional. Ao chegar, fui informado de que uma das irmãs mais velhas da residência estava à beira da morte, e me perguntaram se eu poderia celebrar uma Missa e dar-lhe o viático.
Então, todos nós nos amontoamos na enfermaria em que estava a irmã – alguns membros de sua família, várias de suas irmãs religiosas e eu. Quando chegou a hora da Comunhão, ela conseguiu receber uma gota do Preciosíssimo Sangue e reconhecê-lo com alguma clareza.
Apesar das humildes circunstâncias, a Missa revelou-se muito bonita. Menos de um dia antes de sua morte, a irmã pode receber Cristo, Aquele que havia prometido atrai-la para si. E, naquele momento, ela estava cercada por aqueles que mais a amavam, que a abraçavam, mesmo enquanto se preparavam para sua partida.
A experiência ficou comigo durante todo o fim de semana. Ao falar com as mulheres que visitavam o convento (cada uma delas pensando numa possível vocação religiosa), pude tranquilizá-las. Ali era um lugar onde elas poderiam passar sua bela vida. Eu tinha acabado de ver uma dessas vidas dar certo. Eu podia testemunhar isso.
Nunca conversei com a irmã que faleceu. Soube mais tarde que ela era uma mulher gentil, uma boa educadora, uma artista talentosa e uma forte amante de Deus. Verdade seja dita, eu nem precisava saber de tudo isso para registrar seu testemunho. Ela morreu bem. Ela saiu deste mundo alimentada por Deus, nutrida por sua vida consagrada e querida pelas mulheres que a acompanharam. Existem poucas coisas, talvez nenhuma, que valham mais a pena.
Eu havia preparado algumas palavras para as mulheres que me visitaram antes da minha chegada. Mas, no fim das contas, não precisei de muitas delas. Aquela irmã me ensinou tudo que eu precisava saber e tudo que eu precisava pregar: esta é uma comunidade onde você vive com alegria, pois esta é uma comunidade na qual você pode morrer com alegria.
Festividade do dia
