Nas guerras, mesmo o vencedor tem sempre um preço a pagar, alertou o Papa Francisco ao celebrar a Santa Missa deste Dia de Finados num cemitério de soldados mortos durante a Segunda Guerra Mundial, situado no bairro de Testaccio, em Roma.
Na homilia improvisada, o papa exortou as cerca de 300 pessoas presentes, abrigadas sob guarda-chuvas, a rezarem pela paz, "para que as pessoas parem de se matar nas guerras".
Apontando para os 426 túmulos de soldados da Commonwealth, Francisco lamentou as "vidas despedaçadas" e "sem futuro" daqueles homens, a maioria dos quais tinha "entre 20 e 30 anos de idade". Antes da cerimônia, o Papa prestou homenagem no memorial e depositou uma coroa de flores. Disse que pensou nos pais e nas mães que perderam os filhos no campo de batalha e acrescentou que se entristece com "tantas lágrimas".
O pontífice, que em breve completará 87 anos, deplorou também as guerras de hoje:
"A mesma coisa continua acontecendo agora: tantas pessoas, jovens, adultos, estão envolvidas em guerras em todo o mundo, inclusive nas mais próximas, na Europa (…) Quantas pessoas morrem! Vidas são destruídas sem nos darmos conta".
Olhar com esperança
Apesar de tudo, o papa convidou-nos a "olhar para frente com esperança", afirmando que "a esperança nunca desilude" e que ela deve ser vivida "cada dia, cada momento", porque "nos faz avançar, nos ajuda a resolver problemas, a procurar soluções para tantos problemas".
O pontífice argentino exortou-nos a recordar o bem que foi feito por aqueles que nos precederam e a confiar na "grande misericórdia do Senhor" em relação àqueles que "não conseguiram fazer muito bem".
No momento da consagração, o Papa Francisco permaneceu no altar ao lado do celebrante, em sinal de melhora das suas condições físicas. Em recente entrevista à televisão pública italiana, o pontífice havia contado que o seu joelho está se recuperando: "Consigo andar bem agora".