A Santa Sé confirmou que o Papa Francisco conversou por telefone na tarde deste domingo, 5 de novembro, com Ebrahim Raisi, presidente do Irã, a respeito da guerra em andamento na Terra Santa entre o grupo terrorista Hamas e o Estado de Israel.
O regime do Irã é um dos maiores apoiadores do Hamas.
A Santa Sé informou que o telefonema foi realizado a pedido de Raisi. De fato, um comunicado divulgado pela presidência do Irã agradece ao papa pelos seus apelos à paz.
Durante a conversa, Raisi teria pedido a Francisco que “exerça a sua influência no Ocidente” para encerrar os contra-ataques de Israel em Gaza, definidos pelo iraniano como “o maior genocídio do século”. O líder da teocracia de Teerã também pediu a Francisco para “explicar corretamente” o que, a seu ver, seria “a posição dos oprimidos e do opressor” no conflito.
Conforme previsível, o líder do Irã manteve a narrativa enviesada que aponta Israel como o agressor e o Hamas como vítima, deturpando o fato de que o Hamas é um grupo terrorista que não agride apenas a população civil israelense, mas também a própria população de Gaza, da qual desvia recursos para financiar o terrorismo.
Grupo terrorista
O Hamas controla a Faixa de Gaza desde que aplicou um golpe de Estado em 2007, repelindo o Fatah, partido com o qual deveria compartilhar o governo da região. Desde então, não voltaram a ocorrer eleições em Gaza, território afundado na pobreza apesar dos milhões de dólares injetados na região por donativos ocidentais intermediados pela ONU, bem como por repasses do próprio Irã, do Qatar e da Turquia, entre outros regimes que apoiam o Hamas. Enquanto isso, os principais líderes do grupo terrorista sequer vivem em Gaza, preferindo o luxo da vida no Qatar.
Fundado em 1987 com o declarado objetivo de exterminar Israel, conforme consta de modo público nos seus estatutos, o grupo radical islâmico já reiterou, também explicitamente, a sua completa rejeição a qualquer acordo de paz com o Estado judeu. Além disso, dentro da própria Palestina, o Hamas mantém aberta rivalidade com o Fatah, que controla apenas a Cisjordânia.
No último 7 de outubro, o Hamas invadiu Israel a partir da Faixa de Gaza, perpetrando uma chacina contra civis, sequestrando mais de duzentas pessoas e disparando centenas de mísseis contra o território israelense. Israel contra-atacou com a Operação Espada de Ferro, bombardeando e executando uma incursão terrestre em Gaza.
O telefonema entre Ebrahim Raisi e o Papa Francisco se enquadra num amplo contexto de conversas que o pontífice vem mantendo com diversos líderes mundiais a respeito desse conflito. O papa já conversou, entre outros, com Joe Biden (EUA), Mahmud Abbas (Autoridade Palestina) e Recep Tayyip Erdoğan (Turquia).
No Ângelus deste mesmo domingo, 5, o papa reiterou o apelo por um cessar-fogo, pela priorização da ajuda humanitária ao povo de Gaza e pela imediata libertação dos reféns que ainda estão nas mãos do Hamas, em especial as crianças.
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