A comunidade da igreja São Francisco de Paula está se mobilizando para tentar encontrar um ostensório do século 19 que foi furtado da igreja localizada no centro do Rio de Janeiro.
O movimento é feito através das redes sociais e conta com o apoio de lideranças comunitárias e dos integrantes da Brigada do Patrimônio, composta por um grupo de preservacionistas.
Por ser um objeto tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Polícia Federal também vai investigar o furto da peça sacra.
O furto
O furto do ostensório aconteceu na tarde no último sábado, 4 de novembro, quando a igreja de São Francisco de Paula estava aberta e sendo preparada para um casamento.
As imagens gravadas pelas câmeras do circuito de segurança da igreja e divulgados pelo site do jornal O Globo mostram um homem sem camisa circulando pela galeria lateral do templo, onde fica o armário que guardava o ostensório. Ele quebra o vidro do móvel com um soco, tem a calma de limpar o sangue dos ferimentos, pega a peça e sai do local. Depois ele ainda volta à igreja com o ostensório. A ação dura pouco mais de dez minutos.
De acordo com a Arquidiocese do Rio, foi levada a parte superior do ostensório, que inclui o resplendor e a luneta.
O suspeito foi preso na segunda-feira, 6 de novembro, após ser reconhecido pelo pároco e pelos paroquianos. O homem alegou que foi roubado na Central do Brasil e os ladrões levaram a peça que estava em seu poder. Ele foi solto horas depois e continua circulando nos arredores da igreja.
“Eu estava pensando se ele não está voltando para a igreja porque de certa maneira quer pedir perdão… Deus queira que seja isso, porque aí seria realmente uma grande vitória. E seria alguém perdido que foi encontrado, quem sabe? Tenho esperança de encontrar os dois: o ostensório e esse homem”, afirmou o pároco Álvaro Bonfim à agência ACI Digital.
O ostensório
De acordo com o Iphan, o ostensório furtado da galeria da igreja de São Francisco de Paula mede 1,40m de altura, 44cm de largura, é feito de liga metálica e pedras semipreciosas. A peça sacra foi tombada pelo instituto em 1938 e inventariada em 2001.
O ostensório não era utilizado nas celebrações, mas ficava em exposição na galeria do templo. Segundo o pároco, será feito um estudo para melhorar a segurança do local.
A ArqRio pede que, se alguém tiver conhecimento da localização do ostensório, entrar em com a Polícia Federal ou com a igreja de São Francisco de Paula.
– Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH) – Polícia Federal
(21) 2203-4466
delemaph.drcor.srrj@pf.gov.br
– Igreja de São Francisco de Paula
(21) 2509-0067
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