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Este mosteiro é pioneiro na conversão ecológica

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Richard Semik | Shutterstock

Matilde Latorre - publicado em 10/11/23

Monges instalaram sistemas de energia fotovoltaica e uso racional da água; iniciativa está servindo de exemplo para outros mosteiros

O Mosteiro Real de Santa Maria de Poblet, em Tarragona, Espanha, foi fundado em 1151 e é uma joia histórica e arquitetônica. Trata-se do maior mosteiro sobrevivente do continente europeu e considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO desde 1992.

Em uma tentativa de retornar à sua tradição, desde os anos 2.000 os monges têm trabalhado para deixá-lo autossuficiente, tornando-se assim precursores da encíclica Laudato Si, na qual o Papa convidou os cristãos a cuidar da “nossa casa comum”.

Físico, filósofo e teólogo por formação, o irmão Lluc Torcal, 40 anos, vive no mosteiro há vários anos. Em 2006, ele compartilhou suas preocupações com seus irmãos monges: a comunidade estava gradualmente se afastando de seus princípios monásticos, especialmente o da busca pela harmonia com a natureza. “Será que é amar a Deus destruir sua obra?”, perguntou o jovem cisterciense.

Ele começou a refletir; estava determinado a promover um projeto de sustentabilidade para o mosteiro e o apresentou aos monges. Os irmãos ficaram entusiasmados com a ideia e iniciaram sua conversão ecológica, orientados não apenas pelas ciências ambientais, mas principalmente, pela tradição cisterciense.

Essa longa tradição de autossuficiência e respeito pela natureza remonta a São Bento de Núrsia, fundador dos beneditinos, e de São Bernardo de Claraval. Depois que os monges de Poblet lançaram o movimento, as quatro congregações cistercienses da Coroa de Aragão (à qual Poblet pertence) assinaram um manifesto no qual se comprometeram a tomar medidas para respeitar esse princípio religioso e ecológico.

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Vista aérea do Mosteiro de Poblet, na Catalunha

Grão de areia

Em Poblet, os monges começaram integrando fontes de energia renováveis em seu edifício medieval, com grande respeito pela arquitetura monástica. Em seguida, eles se encarregaram de gerenciar os recursos, especialmente a água, instalando reguladores de pressão nas torneiras, mictórios sem água e otimizando o sistema de irrigação para os 22.000 metros quadrados de jardins e pomares.

Os monges agora usam 10% menos água do que antes. “É certo que o que foi alcançado é um grão de areia, mas é necessário ajudar a mudar as coisas. Queremos ajudar a difundir nossos valores, especialmente por meio dos muitos turistas que nos visitam e com os quais compartilhamos nosso sistema, que poderia ser bem-sucedido em cidades pequenas”, explica o irmão Lluc Torcal.

Os religiosos ainda instalaram painéis solares para água quente, com o desafio de evitar o inevitável impacto na arquitetura. É por isso que os coletores fotovoltaicos foram colocados nos vinhedos e as placas instaladas no telhado do mosteiro, uma maneira muito discreta de preservar o conjunto arquitetônico e que levou a uma redução de 60% no consumo da caldeira a óleo.

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Talvez a renovação mais espetacular no mosteiro de Poblet esteja no claustro, onde os arquitetos ambientais replantaram espécies medievais que estavam lá quando o mosteiro foi fundado – tudo sem pesticidas ou fertilizantes, é claro, e cujas cores transmitem o simbolismo da alma do monge.

Enfim, a conversão ecológica do mosteiro de Poblet nos ajuda a entender melhor a bela oração com a qual o Papa Francisco concluiu sua encíclica Laudato Si‘: “Deus Todo-Poderoso, presente em todo o universo e na menor de suas criaturas, que envolveis tudo o que existe com vossa ternura, derramai em nós a força de vosso amor para que cuidemos da vida e da beleza”.

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Galerias do claustro de Poblet

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