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Iraque: “Peço a Deus, chega de guerra”, diz Arcebispo de Erbil

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jfergusonphotos | Shutterstock

Fundação AIS - publicado em 12/11/23

D. Bashar Warda, o Arcebispo Caldeu de Erbil, no Iraque, esteve de passagem por Londres e, em declarações ao secretariado local da Fundação AIS, fez um apelo à paz, ao fim da guerra na Terra Santa, temendo que o conflito possa ultrapassar as fronteiras da Faixa de Gaza inflamando toda a região. O prelado receia que esta instabilidade possa levar a uma diminuição ainda maior da presença cristã nas terras bíblicas iraquianas

“Em nome de todo o povo e, especialmente, das minorias, que tendem a ser as mais punidas em situações de conflito, peço a Deus: chega de guerra.” As palavras do Arcebispo Caldeu de Erbil não podiam ser mais claras.

A guerra, na Faixa de Gaza, provocada pelo ataque terrorista de 7 de Outubro do grupo Hamas contra Israel, poderá galgar as fronteiras do enclave e inflamar toda a região. D. Bashar Warda teme isso e as consequências terríveis que um conflito alargado poderá significar para as populações locais, nomeadamente para a comunidade cristã.

De passagem por Londres, o Arcebispo falou com o secretariado local da Fundação AIS e manifestou a sua extrema preocupação por uma possível escalada do conflito.

Pedimos a todos os líderes e a todos os que têm influência que acalmem a situação […] Deus não permita que esta guerra vá além do que temos visto ultimamente. O acerto de contas antigas poria em perigo a coesão social em toda a região, e a situação na Síria não está ainda resolvida, nem no Iraque”

D. Bashar Warda

PRESENÇA CRISTÃ AMEAÇADA

Face à violência dos combates e ao risco de este conflito alastrar para fora da Faixa de Gaza, as populações iraquianas estão já “em alerta máximo”, diz D. Bashar Warda. Este sentimento de incerteza e medo poderá vir a arrastar ainda mais famílias cristãs para a emigração, tornando mais débil a presença da comunidade no país. Afinal, a memória dos tempos negros em que as terras bíblicas foram ocupadas pelos jihadistas ainda estão demasiado vivas. “As feridas infligidas pelo Estado Islâmico ainda não sararam”, diz o prelado, acrescentando que a violência que se está a verificar “pode impulsionar ainda mais a emigração, uma vez que o medo ainda está presente”. A ocupação jihadista da Planície de Nínive “foi há menos de dez anos”, recorda. Antes de 2002, o Iraque era o lar de cerca de 1,2 milhões de cristãos, mas a perseguição, a violência e a pobreza levaram à emigração em massa. D. Bashar Warda garante que, agora, restam apenas cerca de 150 mil.

AGRADECIMENTO

O arcebispo, que participou no Dia de Todos os Santos numa cerimónia religiosa na Abadia de Westminster, agradeceu toda a ajuda e solidariedade que os cristãos do seu país têm vindo a receber por parte da Fundação AIS, destacando o apoio aos estudantes da Universidade Católica de Erbil.

O prelado recordou, na homilia que proferiu em Westminster, o sacrifício de inúmeros fiéis durante os anos negros em que vastas regiões do Iraque estiveram debaixo do controlo dos jihadistas da Al Qaeda, do Estado Islâmico e de outras organizações terroristas, e elogiou o heroísmo dos mártires, entre eles, o do seu amigo Padre Ragheed Ganni, morto a tiro em Junho de 2007, por se recusar a fechar a sua igreja em Mossul.

VISITA A PORTUGAL

D. Bashar Warda já esteve em Portugal, há precisamente sete anos, em Novembro de 2016, a convite da Fundação AIS para a apresentação do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo. Nos muitos encontros e entrevistas que concedeu na ocasião, o Arcebispo procurou sempre sensibilizar os portugueses para a questão dramática da perseguição aos cristãos no Iraque, pedindo que rezassem por eles e que lhes dessem voz.

A viagem ficaria marcada também pelo compromisso da oferta pela Paróquia de Cascais de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima para a catedral da Arquidiocese de Erbil, o que seria concretizado um ano mais tarde. Durante uma missa campal celebrada no Hipódromo daquela vila, D. Manuel Clemente, então Cardeal-Patriarca de Lisboa, consideraria o envio da imagem como “um sinal de unidade” dos cristãos portugueses com a comunidade cristã iraquiana.

(Com AIS)

Tags:
GuerraTerra SantaViolência
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