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Como Santa Teresinha pode inspirar nossas ações no dia a dia

Imagem de Santa Teresinha do Menino Jesus
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Hozana - publicado em 17/11/23
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Pessoas chatas em nosso caminho? Sempre teremos. Dificuldades, dúvidas, tribulações? Também. Mas o exemplo de Santa Teresinha é tão claro que ela se tornou doutora da Igreja

Se fôssemos capazes de resumir a vida e espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, certamente diríamos que ela foi a santa da pequena via, além de viver a infância espiritual.

Mas, o que significa exatamente isto?

A curta vida desta pequena santa que viveu no Carmelo dos 15 aos 24 anos fez dela a padroeira dos missionários. Parece contraditório, mas não é. Seu exemplo de vida se deu, sobretudo, no serviço, na ajudar a todos, sem exceção, em obediência àquilo que São Paulo exortou: “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós” (Col 3,13). Sabe-se que ela sofreu algumas penas no Carmelo. Há, por exemplo, a história da irmã chata, retratada em História de uma alma, autobiografia da Pequena de Lisieux.

Havia uma Irmã no Carmelo que era muito chata. Chata mesmo. Na capela, ficava batendo o terço no banco para irritar as colegas com o barulho. Teresinha sentia dificuldade até em olhar para o rosto dessa Irmã, mas procurava disfarçar. Quando a via no corredor, sua vontade era de entrar numa sala, evitando o encontro. Mas se dominava, olhava para ela e sorria. Na lavanderia, aquela Irmã era estabanada e espirrava água nas colegas que lavavam roupas ao seu lado. Teresinha não enxugava os pingos, para não mostrar descontentamento. “Que sejam como água benta”, pensava ela. Aos poucos inverteu seus sentimentos por aquela Irmã. O barulhinho do terço na capela já lhe parecia uma música que a ajudava a rezar e a louvar a Deus. Um dia, para surpresa sua, a irmã lhe disse: “Irmã Teresinha, por que é que você gosta tanto de mim?” 

O que ela fazia pra amar uma irmã tão chata? Vivia a infância espiritual, como ela mesma relata: “Todo o tempo que a comunidade foi desta forma provada, eu pude ter a inefável consolação de fazer todos os dias a Santa Comunhão…. Ah! Como era doce! Jesus me mimou muito tempo, muito mais tempo que suas fiéis esposas, pois ele permitiu que me dessem-No sem que os outros tivessem a felicidade de recebê-Lo”.

Como se baseia a infância espiritual de Santa Teresinha? Do ensinamento de Jesus: “Em verdade eu vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus”. (Mt 18,3)

A comparação dada por Nosso Senhor é magnífica. Ser criancinha é ser dependente. Observe as crianças no colo de suas mães. São dependentes em quase tudo: no alimento, na medicação, na higiene, e por aí se vai. E é exatamente esta a dependência que Jesus espera de nós. Que tudo venha de Deus. Em toda história da Igreja esta verdade só atingiu o cume com Teresa de Lisieux, no século XIX. Por esta pequena via – como ela mesma chamava – está o chamado de Deus: “a vossa santificação” (1 Ts 4,3; Ef 1,4). Afinal, “Deus chama à santidade não somente as grandes almas, mas também “une légion de petites âmes – uma legião de pequenas almas”, escreveu a Santa de Lisieux. Em confidência com sua irmã Inês ela declara o que entendia como permanecer criança nas mãos de Deus: “é reconhecer o seu nada, é esperar tudo do bom Deus, assim como uma pequena criança espera tudo do pai”. Era o desejo dela: “não quero ser santa pela metade. Escolho tudo”.

Ora, o crescimento espiritual é contrário ao físico, uma vez que, quanto mais santo, mais dependente de Deus se torna. O caminho é árduo e diário. Muitas vezes veem as tribulações, os sofrimentos, tais quais as dores de uma criança quando cai, “pois as crianças caem com frequência, porém são pequenas demais para se machucar muito!”, dizia. Diante das nuvens da indecisão, da insegurança, ela nos recorda que “além das nuvens, o Sol continua brilhando, que seu brilho não cessará. Às vezes, o coração do passarinho (da criancinha, grifo meu) é vítima de tempestade, parece não acreditar que existem outras coisas além das nuvens que o envolvem. Este é o momento de felicidade perfeita para o pobre serzinho frágil. Que felicidade ficar aí, assim mesmo; fixar a luz invisível que escapa à sua fé”.

Diante das nuvens, ela nos ensina como orar: “meu Deus, eu não vos compreendo, mas eu vos amo”.

Aí estão passos concretos que podem ser dados por todos os que desejam, como ela, alcançar a santidade. Pessoas chatas em nosso caminho? Sempre teremos. Dificuldades, dúvidas, tribulações? Também. Mas, o exemplo dela é tão claro que ela se tornou doutora da Igreja. Assim, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face nos convida a nos tornarmos como crianças, pois “o Reino dos Céus é para aqueles que se lhes assemelham” (Mt 19,14)

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Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana