Entre os muitos e belos temas espirituais do Advento, encontramos o da esperança. O Advento está fortemente centrado na esperança, pois o povo judeu ansiava e esperava que o Messias viesse e os resgatasse. Esta esperança foi finalmente cumprida na vinda de Jesus Cristo.
Infelizmente, a cultura de hoje não olha para o futuro com esperança - aliás, a cultura atual muitas vezes vê o próprio nada como o futuro.
O Papa Bento XVI comentou esta realidade numa homilia no início do Advento de 2007:
Escrevendo aos Efésios, São Paulo recorda-lhes que, antes de abraçar a fé em Cristo, eles viviam "sem esperança e sem Deus neste mundo" (2, 12). Esta expressão parece mais actual do que nunca, por causa do paganismo dos nossos dias: podemos referi-la de modo particular ao niilismo contemporâneo, que corroi a esperança no coração do homem, induzindo-o a pensar que dentro dele e ao seu redor reina o vazio: nada antes do nascimento, nada depois da morte. Na realidade, quando falta Deus, falta a esperança.
Sem a crença em Deus e na vida após a morte, a vida não tem propósito e tudo é plano.
Tudo perde a sua "consistência". É como se viesse a faltar a dimensão da profundidade e todas as coisas permanecem niveladas, desprovidas do seu relevo simbólico, da sua "saliência" em relação à simples materialidade.
O Advento, por outro lado, exorta-nos à esperança. É uma esperança de que Jesus não apenas voltará para nos salvar, mas que ele já está aqui:
Cada criança que nasce é sinal da confiança de Deus no homem e é uma confirmação, pelo menos implícita, da esperança que o homem nutre por um futuro aberto à eternidade de Deus. A esta esperança do homem, Deus respondeu nascendo no tempo como pequeno ser humano.
À medida que avançamos no Advento, possamos manter a nossa esperança em Deus, confiando que há algo após a morte, uma realidade cheia do amor de Deus.