A hagiologia é a área do conhecimento voltada ao estudo da vida dos santos, sendo especialmente desenvolvida no cristianismo, em particular no catolicismo e nas tradições ortodoxas. A palavra vem do grego, composta por "hagios" (santo) e "logia" (estudo). Um termo relacionado com a hagiologia é a hagiografia, que consiste no registro da vida de um santo e, neste sentido, é semelhante a uma biografia; no entanto, preocupa-se menos com detalhes históricos e mais com o relato da trajetória espiritual e religiosa do biografado.
O Brasil é sede de uma iniciativa pioneira no campo da hagiologia: a criação, em 8 de dezembro de 2004, da Academia Brasileira de Hagiologia - possivelmente, a primeira do gênero em todo o mundo. A data de fundação, a propósito, celebra os 150 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição e os 100 anos de coroação de Nossa Senhora Aparecida.
Os fundadores da academia são a advogada e escritora Matusahila Santiago, o também advogado e escritor José Luís Lira, ambos criadores da Academia Fortalezense de Letras, bem como a desembargadora Gizela Nunes da Costa. O propósito geral da academia é estudar a santidade e o significado dos santos para o anúncio de Jesus Cristo, assim como estimular a reta veneração dos santos inserindo-os sempre no mistério pascal. A instituição é formada por vinte acadêmicos cearenses, uma vez que foi criada no Ceará, e por mais vinte dos outros Estados brasileiros, a fim de garantir a sua abrangência nacional.
A academia realiza a cada dois anos o Congresso Brasileiro de Hagiologia, além de publicar uma revista e realizar mensalmente palestras sobre os santos.
Nova diretoria
Neste último 29 de novembro, em assembleia geral, a Academia Brasileira de Hagiologia elegeu a sua nova diretoria para o biênio 2024-2025. O presidente eleito é o Ir. André Alves dos Santos, que comentou, conforme registrado pelo Vatican News:
"Quem deseja compreender a Igreja, precisa conhecer os seus santos, pois a santidade é a dimensão que melhor exprime o seu mistério. Assim como homens e mulheres ao longo dos séculos seguiram a Cristo e se santificaram, todas as vezes que a Igreja canoniza um dos seus filhos, ela quer ensinar que a santidade está ao alcance de todos. Quando a Igreja celebra os seus santos, ela celebra as grandezas de Deus, Santo e fonte de toda a santidade, e admirável nos seus santos".
Os santos e o Brasil
Sobre a veneração aos santos no Brasil, o Ir. André acrescenta:
"Nos últimos anos, a Igreja no Brasil vem despertando para o culto e as causas aos seus santos através da publicação de biografias, construção de igrejas dedicadas aos santos e beatos brasileiros e divulgação de suas vidas e a abertura de novas causas. Todavia, ainda faltam pessoas capacitadas para o árduo trabalho que uma causa exige. Muitos dos veneráveis e servos de Deus brasileiros ainda são desconhecidos até mesmo nas dioceses em que viveram e famílias religiosas que faziam parte. Além de ter santos, o Brasil precisa conhecer os seus candidatos aos altares, os seus heróis da fé".
É o caso de lembrar, aliás, que todos os cristãos são chamados por Jesus Cristo a serem santos. A Igreja Católica recorda essas vocação sistematicamente a todos os seus membros, como por meio, entre tantos outros documentos, da constituição Lumen Gentium, cujo capítulo quinto apresenta a vocação universal à santidade. Essa vocação consiste na "capacidade de responder ao apelo divino por meio da vivência evangélica do próprio estilo de vida" (cf. LG 39).
Especificamente sobre a vivência da santidade por parte dos católicos brasileiros, cabe lembrar as palavras do Papa São João Paulo II:
"O Brasil precisa de santos".