As imagens religiosas não podem representar Deus, que é invisível, mas representam muito para os fiéis e marcam a experiência de fé, segundo o Catecismo da Igreja Católica (1159). Os objetos religiosos são sinais de fé, não são amuletos ou objetos mágicos. São como figuras que nos indicam realidades maiores.
Seja um quadro, uma estátua, um terço, são objetos com os quais temos muito cuidado e atenção, mas que podem quebrar ou se desgastar pelo uso, ou por algum acidente doméstico.
O Código de Direito Canônico (1171) orienta que os elementos sagrados sejam tratados com reverência e não sejam destinados a uso profano. Assim, os objetos de devoção, que são abençoados, devem ser tratados com respeito.
Restaurar
Hoje em dia quase tudo é descartável. Quebra um eletrodoméstico e nem se leva mais para consertar, já se compra outro na loja. Com a fé e conosco mesmo não é assim. Precisamos nos consertar, nos restaurar. Um terço que arrebentou, com cuidado, talvez possa ser reparado. Às vezes o terço é a lembrança de uma peregrinação ou foi utilizado para rezar em momentos particulares da vida. Além de ser um objeto de devoção, muitas vezes carrega um valor sentimental grande. Talvez, um remendo possa nos recordar da história ligada àquele objeto.
As estátuas ou quadros com imagens religiosas muitas vezes podem ser restaurados. Pensemos em uma estátua de um santo que está na família há muitos anos e se quebrou em um acidente doméstico. Talvez seja possível restaurar com a ajuda de profissionais da arte, recompor a estátua, restaurar a imagem e ter a certeza de que a devoção permanece na família.
Queimar
Às vezes livros de orações se desgastam e precisam ser substituídos ou terços não podem ser emendados. Nesses casos é possível queimar os objetos de devoção. No sentido de “destruir”, mas com respeito, para que não seja jogado no lixo comum. As cinzas podem ser jogadas em um lugar especial. Parece forte queimar, mas é uma forma de que o objeto conclua a missão sem ser descartado como lixo, o que de fato não é.
Enterrar
Se não é possível restaurar uma imagem, uma pintura, um terço ou escapulário, também é possível enterrar. Talvez seja pertinente desfigurar a imagem para que alguém que vier a encontrar no futuro não se espante. Uma estátua, por exemplo, que pertenceu muitos anos a uma família pode ser enterrada em um jardim, em um vaso ou jardineira, para que fique sempre a lembrança da devoção que aquele objeto simbolizou.
