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Francisco, o Papa que “sacudiu” a Igreja diante da crise da modernidade

Pope Francis delivers a speech as he meets workers during a visit at the United Nations World Food Progamme (WFP) headquarters in Rome, on June 13, 2016. Pope Francis hit out at the 'brazen' free circulation of arms around the world, comparing it unfavourably to the bureaucratic obstacles put in the way of humanitarian aid. "It makes no difference where arms come from; they circulate with brazen and virtually absolute freedom in many parts of the world," the pontiff said on a visit to the World Food Programme. His comments came a day after a gunman shot 50 people dead in an Orlando nightclub but the Catholic leader did not specifically refer to the shooting. / AFP PHOTO / POOL / TONY GENTILE

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Paulo Teixeira - publicado em 24/04/25
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O Magistério de Francisco procurou dar as respostas adequadas para as crises do nosso tempo

Na segunda-feira de Páscoa de 2005 uma notícia triste ecoou pelo mundo: a morte do Papa Francisco aos 88 anos. Ao trazer a informação, o cardeal carmelengo Farrel, lembrou: “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”

É importante agradecer a Deus pelo Papa Francisco e recordar seu pontificado por meio de suas encíclicas. O Papa Francisco assumiu o Evangelho no formato do diálogo poliédrico: “Exige-se a toda a Igreja uma conversão missionária: é preciso não se contentar com um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas (Amoris Laetitia 201)”. Francisco desejou a ação permanente de Igreja em saída, conforme afirmou: “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação” (Evangeli Gaudium 27). 

A Encíclica Social intitulada Fratelli Tutti coloca nos números finais os desafios para os fiéis das religiões: “Chamada a encarnar-se em todas as situações e presente através dos séculos em todo o lugar da terra – isto mesmo significa “católica” –, a Igreja pode, a partir da sua experiência de graça e pecado, compreender a beleza do convite ao amor universal. Com efeito, “tudo o que é humano nos diz respeito (...); onde quer que as assembleias dos povos se reúnam para determinar os direitos e os deveres do homem, sentimo-nos honrados, quando no-lo permitem, tomando lugar nelas». Para muitos cristãos, este caminho de fraternidade tem também uma Mãe, chamada Maria. Ela recebeu junto da Cruz esta maternidade universal (cf. Jo 19,26) e cuida não só de Jesus, mas também do resto da sua descendência” (Ap 12,17). 

Com o poder do Ressuscitado, Ela quer dar à luz um mundo novo, onde todos sejamos irmãos, onde haja lugar para cada descartado das nossas sociedades, onde resplandeçam a justiça e a paz. Como cristãos, pedimos que, nos países onde somos minoria, nos seja garantida a liberdade, tal como nós a favorecemos para aqueles que não são cristãos onde eles são minoria. 

Existe um direito humano fundamental que não deve ser esquecido no caminho da fraternidade e da paz: é a liberdade religiosa para os crentes de todas as religiões. Esta liberdade manifesta que podemos “encontrar um bom acordo entre culturas e religiões diferentes; testemunha que as coisas que temos em comum são tantas e tão importantes que é possível individuar uma estrada de convivência serena, ordenada e pacífica, na aceitação das diferenças e na alegria de sermos irmãos porque filhos de um único Deus”.

Mudanças

O Papa Francisco propôs mudanças dentro da estrutura da Igreja para favorecer a coerência com o Evangelho e fortalecer a missão.

Publicada em 19 de março de 2022 a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium trouxe os principais pontos para a reforma da Cúria Romana priorizando a Evangelização. Nesse contexto, também são esperadas mudanças na formação dos clérigos e dos seminários maiores. 

O tema da sinodalidade apresenta horizontes de mudanças profundas na comunhão das igrejas. A Igreja na Alemanha sugere padres casados, diaconisas e ampla participação do povo de Deus nas decisões eclesiais. Uma nova relação entre homens e mulheres na Igreja precisa superar a misoginia e o patriarcalismo estruturais. Essa reforma interior pela santidade na coerência do Evangelho tem como consequência a reforma exterior na vivencia de Igreja ministerial e participativa onde absolutamente ninguém é excluído: é uma proposta integral de reforma da alma e do corpo.

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