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Mistérios do Conclave. O que fazem os cardeais quando fecham as portas?

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Valdemar De Vaux - publicado em 05/05/25
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Ao contrário das eleições ordinárias, o conclave é também um ato litúrgico, cujo ritual pretende significar que o mestre dos cardeais não é outro senão o Espírito Santo. Este é, aliás, invocado solenemente durante a procissão que conduz os eleitores à Capela Sistina ao som do Veni Creator.

Todos os cardeais sabem disso? Ao entrar em procissão na Capela Sistina, eles vão se assemelhar singularmente às Carmelitas de Compiègne. Enquanto sobem ao cadafalso no dia 17 de julho de 1794, as religiosas canonizadas pelo Papa Francisco cantam um hino gregoriano, o Veni Creator. O mesmo que acompanha os príncipes da Igreja até o local do conclave. E, embora não vão ao martírio, ainda que a tarefa não seja fácil, eles vestem a púrpura.

Cor do testemunho, o vermelho é também a cor do fogo do Espírito Santo. Para quem se dirige o hino do IX século, cujo autor é desconhecido, embora atribuído aos maiores, de Santo Ambrósio de Milão a Raban Maur, um importante artesão da Renascença carolíngia. Texto literário de belíssima construção, o Veni Creator é composto por seis estrofes que desenvolvem a teologia pneumatológica iniciada pelos pais cappadócios.

Invocar o "Conselheiro"

"Espírito criador" que pairava sobre as águas, a terceira pessoa da Trindade é o amor "comum" que une o Pai e o Filho. O cântico inclusive pede para "fazer conhecer" o primeiro e revelar o segundo. Antes de eleger o sucessor do Papa Francisco, os 133 eleitores também irão pedir para serem "repletos da [sua] graça e [...] amor", de um "Conselheiro" que é "espírito da verdade" para inspirar suas palavras e apoiar seu discernimento em vista do bem da Igreja.

Se entoado como introdução ao conclave, o hino do Veni Creator não é reservado apenas a ele. Na liturgia, também é cantado nas vésperas entre a Ascensão e o Pentecostes, durante esta novena que prepara os corações para a efusão do Espírito Santo, que fez nascer a Igreja e a renova constantemente. É especialmente cantado em eventos importantes para invocar o amor do Pai e do Filho, durante as missas de consagrações e ordenações. Que aquele que é "fonte viva, fogo, caridade, consagração invisível" seja o mestre de todo dom.

Uma multidão de versões

Além da melodia gregoriana, os mais de mil anos que nos separam da composição do Veni Creator viram florescer inúmeras variantes melódicas. Partituras que são de responsabilidade de Roland de Lassus ou Maurice Duruflé, passando por Joseph Haydn e Gustav Mahler, até músicos contemporâneos como Ralf Hoffmann. O site "Recursos Litúrgicos" as lista muito felizmente para rezar ao Espírito Santo, enquanto satisfaz a sensibilidade, e se unir às orações cardeais.

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