O Conclave se inicia com a celebração de uma Missa na qual os cardeais pedem a iluminação do Espírito Santo para a escolha do novo Papa. Depois, se dirigem até a Capela Sistina recitando a ladainha de todos os santos invocando a proteção deles para o momento tão importante que têm diante de si.
O juramento
Os cardeais fazem o juramento de escolher o que melhor consideram para a função de Papa enquanto tocam o livro dos Evangelhos com suas mãos. Após esses ritos são pronunciadas as palavras “extra omnes”, que quer dizer fora todos. Assim, somente os cardeais votantes, aqueles com menos de 80 anos, ficam na capela sistina. Os funcionários, mestres de cerimônias e cardeais com mais de 80 anos, ficam de fora.
Os cardeais que estão em Roma vão escolher o novo Papa por meio de um sistema próprio de votos. As votações levam tempo, porque os cardeais devem escrever o nome do escolhido em um papel, dobrá-lo de certa forma e recitar um juramento antes de depositar a cédula na urna. Depois, cada papel é desdobrado e passa pelas mãos de três escrutinadores que pronunciam em voz alta o conteúdo de cada uma das cédulas.
No primeiro dia do Conclave haverá somente um escrutínio, somente uma votação. No segundo dia estão previstas duas votações pela manhã e duas à tarde. Se ninguém tiver recebido a maioria qualificada dos votos, as cédulas são queimadas e do alto do telhado da Capela Sistina a fumaça preta indica que não houve consenso.
No segundo dia de conclave, mais quatro escrutínios. Se for escolhido o novo Papa a fumaça branca sai pela chaminé, se não for escolhido em um primeiro escrutínio, as cédulas aguardam o segundo para serem queimadas juntas. Se no segundo dia não chegar a um resultado, os cardeais se dedicam à oração no terceiro dia, antes de retomar as votações no quarto dia.
Quanto tempo vai durar?
Quanto tempo vai durar o conclave ninguém sabe, mas é possível presumir que levará menos tempo do que aquele que elegeu o Papa Gregório X. Foram necessários 1006 dias para a escolha. Um conclave que durou dois anos e nove meses devido a falta de consenso e aos jogos políticos entre 1268 e 1271.
Talvez esse conclave não seja tão breve como o que escolheu o Papa Júlio II em 1503. Como já havia um consenso, apenas dez horas após a morte do Papa Pio III foi escolhido o sucessor.
O conclave que escolheu o Papa Bento XVI também foi significativamente breve, pois, levou somente 26 horas, ou seja, em quatro escrutínios já haviam decidido. Já o Que escolheu Papa Francisco contou com cinco escrutínios e levou 36 horas.
Nos últimos dez conclaves, em geral a escolha levou quatro dias. Exceto aquele de 1939 que elegeu Pio XII, que durou dois dias apenas. Os cardeais votantes eram 62, menos da metade de hoje. Em 1978, ano dos dois conclaves, aquele que elegeu João Paulo II levou também dois dias e contou com 111 votantes; o de outubro, levou três dias para eleger João Paulo II, com o mesmo número de votantes.
Mais do que a duração do conclave, é de ressaltar a intensidade desses momentos. Os cardeais são de mais de 70 países e de realidades muito particulares da Igreja. Além do mais, o noticiário internacional dá amplo espaço para o conclave que é um sinal de paz entre os povos. Sempre nas coberturas jornalísticas sobre eleições se fala sobre os partidos, sobre quem ganha e quem perde, no conclave, ao contrário, ninguém perde. A Igreja e a sociedade ganham com o novo pontífice.
