Imagine um ambiente onde a reverência e a confidencialidade se encontram, onde até as cozinheiras, médicos e ascensoristas fazem um voto de silêncio. É exatamente assim que o Vaticano se preparou para a eleição de um novo papa, que está acontecendo nestes dias, um evento cercado de tradições e mistérios. O conclave é uma verdadeira cerimônia de fé e sigilo, e essa prática de silêncio é fundamental para garantir que nada do que acontece entre as paredes da Santa Sé escape para o mundo exterior.
Quem participa do voto de silêncio?
Para garantir que o conclave ocorra sem interrupções e que as discussões permaneçam acessíveis apenas aos que estão envolvidos, diferentes profissionais da instituição são convocados a fazer um voto de silêncio enquanto o conclave está em andamento. Isso inclui cozinheiras, médicos, enfermeiros e até mesmo os ascensoristas do Vaticano.
Como explica o G1, essas pessoas são instruídas a não discutir temas relacionados ao conclave ou compartilhar informações que possam chegar ao público. Afinal, a imagem de um papa eleito deve surgir desse isolamento, longe de olhares curiosos ou de qualquer indício de especulação.
O juramento
O juramento está previsto no Ordo Rituum Conclavis, texto oficial da Igreja que dispõe das normas e processos do conclave.
"Prometemos e juramos observar com a máxima fidelidade para com todos, seja clérigo ou leigo, o segredo sobre tudoaquilo que de qualquer modo resguarda a eleição do Romano Pontífice [papa] e sobre aquilo que estiver no lugar da eleição, concernente direta ou indiretamente ao escrutínio; de não violar de modo algum este segredo seja durante, seja depois da eleição do novo pontífice, a menos que não tenha sido concedida autorização explícita do mesmo Pontífice; de não prestar mais apoio ou favor a qualquer interferência, oposição ou outra forma qualquer de intervenção com a qual a autoridade secular de qualquer ordem e grau, ou qualquer grupo de pessoas ou ente querido de interferir na eleição do Romano Pontífice", afirma trecho do juramento.
Segundo o Vaticano, os "oficiais e assistentes do conclave" são "todos aqueles que forem designados para colaborar no conclave, tanto eclesiásticos quanto leigos, e aprovados pelo cardeal camerlengo Kevin Joseph Farrell e por seus três assistentes". Entre eles estão:
O papel dos profissionais
Esses colaboradores desempenham funções imprescindíveis para o funcionamento do Vaticano, especialmente durante o conclave. As cozinheiras garantem que os cardeais se alimentem adequadamente, enquanto os médicos e enfermeiros estão prontos para qualquer eventualidade. Os ascensoristas, por sua vez, são os responsáveis por transportar os cardeais entre os andares do Vaticano, mantendo a logística em ordem sem que rumores se espalhem.
Imagine a tensão no ar enquanto os cardeais se reúnem em discussões profundas, debatendo o futuro da Igreja. As cozinheiras, em silêncio, preparam refeições nutritivas para sustentar essas longas horas de debate. Os médicos estão prontos para atender qualquer necessidade, mas todos fecham a boca, guardando o segredo do que está acontecendo.
Uma tradição milenar
Esse voto de silêncio não é uma novidade. Desde os tempos antigos, o conclave tem características que garantem a seriedade e o respeito pelo momento. O sigilo não é apenas uma questão de respeito, mas uma necessidade para preservar a integridade da escolha do novo líder da Igreja.
Impacto e curiosidades
A prática do voto de silêncio tem um impacto significativo não só nos envolvidos diretamente no conclave, mas também na comunidade católica em geral. Aguardamos ansiosos as notícias, respeitamos a importância do silêncio durante esse período e essa espera gera um clima de expectativa e, ao mesmo tempo, convívio com a incerteza.
