Massimiliano Strappetti, o enfermeiro do Papa, acompanhou Francisco até o fim. Conhecido por Bergoglio como "o homem que salvou a minha vida", Strappetti é uma figura central na vida do pontífice. Com 54 anos, ele se tornou o primeiro assistente de saúde pessoal do Papa, após uma vasta experiência na UTI do Policlinico Gemelli. Sua trajetória no Vaticano já o havia colocado ao lado de três papas, mas foi com Francisco que ele ganhou um papel essencial, se tornando um verdadeiro pilar para a saúde do líder da Igreja Católica.
Antes de entrar em coma, o pontífice fez um último gesto em direção a Strappetti, mostrando sua gratidão. Os relatos da mídia vaticana descrevem que ele acordou às 5h30 da manhã de segunda-feira, onde logo apresentou os primeiros sinais de mal-estar, com a equipe rapidamente pronta para intervir. Cerca de uma hora depois, após acenar para o enfermeiro, o Papa entrou em coma em seu leito na residência de Santa Marta. "Ele não sofreu, tudo aconteceu rapidamente", afirmou quem estava ao seu lado nos momentos finais.
Ainda algumas horas antes, Bergoglio havia agradecido a Strappetti pelas "concessões" que lhe foram feitas. "Obrigado por me trazer de volta à praça", teria dito Francisco, referindo-se à sua aparição pública no Dia de Páscoa. Não apenas fez a benção "Urbi et Orbi", mas também teve a oportunidade de dar uma volta na papamóvel, aproximando-se dos fiéis. Esse gesto, que agora parece um último adeus, foi muito apreciado pelo Papa, que reconheceu o esforço de sua equipe ao fazer tal "concessão". Quando decidiu por essa aparição, ele indagou a Strappetti: "Você acha que eu consigo?".
Massimiliano Strappetti, que estava ao lado de Bergoglio há anos, tornou-se uma figura familiar também para os fiéis. Ele acompanhou o Papa durante todos os 38 dias de internação no Policlinico Gemelli e esteve presente 24 horas por dia durante a convalescência na Casa Santa Marta. Estava com ele desde a alta hospitalar, na visita aos restauros de São Pedro, e ainda durante encontros com detentos em Rebibbia, além do Domingo de Páscoa.
Antes de se tornar assistente pessoal de Francisco, Strappetti já tinha uma vasta experiência no Gemelli, integrando a equipe médica de João Paulo II e depois de Bento XVI. "Ele me salvou a vida", disse Bergoglio após a cirurgia no cólon em 2021. Para o Papa, Strappetti não era apenas um assistente, mas uma pessoa em quem ele podia confiar, alguém cujas opiniões e cuidados eram altamente valorizados. Por isso, ele o nomeou como seu "assistente de saúde pessoal", um papel inédito na história do papado.