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Maria Laura Correia, a artista brasileira que elaborou um paramento para Bento XVI

BRAZIL
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Paulo Teixeira - publicado em 02/06/25
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A história de um paramento muito importante e significativo

Maria Laura Correia é uma estilista portuguesa que produz paramentos litúrgicos e atua com decoração de espaços sagrados em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Por mais de quatro décadas ela uniu arte e beleza em suas peças com espiritualidade e tradição.  

Ela foi escolhida para elaborar os paramentos que o Papa Bento XVI usou em sua visita ao Santuário de Aparecida em 2007. Como os símbolos marianos na Igreja são muitos, Maria Laura queria inovar e ao mesmo tempo usar alguém que identificasse o paramento com o Pontífice.  

Símbolos que remetem a Nossa Senhora são a cor azul, as letras A e M que recordam a Ave-Maria, o lírio que simboliza a pureza, a estrela que representa o direcionamento, e dezenas de outras imagens conhecidas e amplamente utilizadas. O Papa Bento XVI usou em seu brasão figuras que remetem à sua terra natal, Munique, na Alemanha, e também uma concha dourada com um tríplice significado. Primeiramente recorda a lenda de que Santo Agostinho teria encontrado um menino que com uma conha queria esvaziar o mar e compara `nossa limitação para compreender o mistério de Deus; depois, a concha é o símbolo do peregrino, ligada a tradição do caminho de Santiago de Compostela; e também porque era o símbolo de um santuário da Baviera com o qual Bento XVI tinha forte ligação espiritual.  

Essa concha que era uma figura importante para o Papa também é uma imagem que Santo Efrem, no século IV, usava para se referir a Maria. Maria era vista como a mística concha que guardava a pérola preciosa que é Jesus. Assim, foi preparada uma casula com conchas douradas bordadas e com uma pérola no centro. Um símbolo profundo da centralidade de Cristo e da presença de Maria na Igreja.  

Bento XVI celebrou a Missa com milhares de fiéis em Aparecida e se emocionou muito com a celebração. A intenção era deixar aquele paramento utilizado pelo Papa no museu para marcar a histórica visita, mas algo não planejado aconteceu. O Papa pediu ao Cardeal Raymundo Assis, Arcebispo de Aparecida, se poderia levar para o Vaticano a casula com a qual ele tanto tinha se identificado. De bom grado o arcebispo entregou para o Papa este presente especial.  

Bento XVI utilizou em algumas ocasiões essa casula, até que em 2013 surpreendeu o mundo com sua renúncia. Aí veio outra surpresa. Na Missa que o novo Papa, Francisco, rezou com os cardeais na Capela Sistina em 14 de março de 2013, ele usou a casula do Brasil. O Papa Francisco escolheu o paramento porque mostrava sua devoção a Maria e também a ligação com seu predecessor.  

O mesmo paramento foi utilizado no último dia da novena de luto pela morte do Papa Francisco. O Cardeal Dominique Mamberti fez questão de utilizar esse símbolo mariano que uniu também dois Papas.  

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