No dia 27 de maio de 2025, o comunicado conjunto no Instagram confirmou o fim de um casamento de quase cinco anos, pais de três filhos pequenos. Em meio ao turbilhão de especulações, teorias e a inevitável dor de um ciclo que se encerrava, um gesto de Virgínia, poucos dias depois, acendeu uma luz sobre uma dimensão talvez menos explorada, mas profundamente significativa de sua vida: a fé.
Um santuário de paz em tempos de crise: Totus Tuus e a visita a Fátima
Enquanto a notícia da separação ainda reverberava, Virgínia Fonseca foi vista buscando consolo em lugares de profunda significância espiritual. No dia 31 de maio, acompanhada de suas filhas, Maria Alice e Maria Flor, ela marcou presença na 10ª edição do Totus Tuus, em Goiânia. Este não é um evento qualquer: trata-se de um dos maiores encontros marianos do Centro-Oeste, um dia inteiro dedicado à oração e devoção à Virgem Maria, realizado no Estádio Serra Dourada. A edição de 2025 contava com um brilho especial: a presença inédita da imagem peregrina de Nossa Senhora das Graças, vinda diretamente da Capela da Medalha Milagrosa, em Paris.9
Em suas redes sociais, Virgínia compartilhou fotos com as filhas, legendando com o versículo de Provérbios 22:6: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele".9 Um farol em meio à névoa, talvez? Um lembrete do alicerce que desejava para suas meninas, mesmo com a reconfiguração familiar. Durante o evento, a influenciadora também recebeu uma bênção do Padre Reginaldo Manzotti, uma das figuras católicas mais conhecidas do Brasil, que também compartilhou o momento, expressando alegria em encontrá-los na "festa para Maria". Amigos, como o influenciador Lucas Guedez, registraram o momento de oração da empresária com as filhas.
Esta busca por um refúgio espiritual não se limitou ao evento em Goiânia. Dias antes, em 28 de maio, durante a turnê de Zé Felipe em Portugal – compromissos que ambos mantiveram mesmo após o anúncio – Virgínia fez uma "parada obrigatória" no Santuário de Fátima. Ali, acendeu uma vela e foi vista em oração, um gesto tradicional de súplica e agradecimento em um dos mais importantes locais de peregrinação mariana do mundo.
"Ensinar a criança o caminho": A fé como legado materno
A citação de Provérbios 22:6 não foi um acaso. Ela ecoa um desejo consistentemente expresso por Virgínia: o de transmitir valores religiosos às suas filhas, Maria Alice e Maria Flor, e também ao seu sobrinho Gabriel. A interpretação deste versículo, seja focando nos "bons hábitos" e conduta ética ou no ensino do amor a Deus e suas leis, aponta para uma preocupação com a formação moral e espiritual desde a tenra idade.
Esses episódios sugerem uma fé que é tanto um refúgio íntimo quanto uma declaração pública de resiliência. A busca por locais marianos como Fátima e o Totus Tuus em momentos de fragilidade pode indicar uma particular devoção à Mãe, buscando seu consolo e intercessão.
Entre a devoção e o holofote: A fé em exposição
Ser "abertamente religiosa", como Virgínia Fonseca é descrita , no mundo hiperconectado e muitas vezes cínico das celebridades, não é tarefa simples. Cada gesto de fé, cada promessa compartilhada, cada ritual celebrado sob os olhares de milhões, é passível de interpretações que variam da admiração genuína ao ceticismo. O luxo nos batismos, a suposta quebra da promessa do álcool, e até mesmo o uso do termo "excomungada" pela atriz Luana Piovani para se referir a ela (embora o contexto exato não seja claro, a palavra em si carrega um peso religioso, alimentam o debate sobre a autenticidade versus a performance.
A fé, quando publicizada por uma influenciadora do calibre de Virgínia, torna-se, queira ela ou não, parte de sua "marca". Gera conteúdo, engajamento, narrativas. Isso não anula a sinceridade da crença, mas adiciona uma camada de complexidade à sua vivência. A ausência de informações detalhadas sobre sua formação religiosa inicial – se o catolicismo é uma tradição familiar arraigada, uma conversão ou uma busca pessoal mais recente – torna mais difícil para o público traçar um panorama completo de suas raízes espirituais.
A forma como essa fé é vivida e comunicada – entrelaçada com o glamour, as polêmicas e a dinâmica implacável das redes sociais – pode gerar questionamentos. Mas, para além dos julgamentos, talvez o mais importante seja reconhecer a busca.
A busca por um alicerce quando o chão parece tremer, por uma luz quando o caminho se obscurece. A fé de Virgínia, com suas particularidades e manifestações públicas, é um testemunho, ainda que complexo, dessa busca humana universal por algo que transcenda o efêmero, especialmente quando as tempestades da vida se avizinham. E, para muitos que a acompanham, pode ser um lembrete de que, mesmo sob os holofotes mais intensos, a necessidade de conexão com o sagrado permanece uma âncora poderosa.
A forma como essa fé é vivida e comunicada – entrelaçada com o glamour, as polêmicas e a dinâmica implacável das redes sociais – pode gerar questionamentos. Mas, para além dos julgamentos, talvez o mais importante seja reconhecer a busca. A busca por um alicerce quando o chão parece tremer, por uma luz quando o caminho se obscurece. A fé de Virgínia, com suas particularidades e manifestações públicas, é um testemunho, ainda que complexo, dessa busca humana universal por algo que transcenda o efêmero, especialmente quando as tempestades da vida se avizinham. E, para muitos que a acompanham, pode ser um lembrete de que, mesmo sob os holofotes mais intensos, a necessidade de conexão com o sagrado permanece uma âncora poderosa.

