Irmã Faustina Kowalska, religiosa polonesa, que morreu de tuberculose em Cracóvia em 1938, aos 33 anos. Durante sua curta vida foi protagonista de numerosas visões místicas, anotadas em seu famoso diário, e nas quais Jesus lhe pediu que divulgasse através de uma imagem particular dele e da recitação de um terço, o culto da Divina Misericórdia. Este culto culmina na festa da Divina Misericórdia na Oitava de Páscoa, instituída em 2000 pelo Papa João Paulo II, durante a cerimônia de elevação aos altares da Irmã Faustina.
As visões de Irmã Faustina
Em uma das visões descritas por Irmã Faustina em seu diário, Jesus se apresentou a ela dizendo: "Quero que você conheça em profundidade todo o meu amor pelas almas e minha misericórdia. Você entenderá, meditando sobre minha paixão e minha morte. São poucas as almas que refletem sobre a minha paixão com verdadeira participação. É a essas almas que dou o maior número de minhas graças."
Santa Faustina indica a primeira atitude para quem deseja a oração: orar. Mais do que um estado de exultação ou um tempo a ser preenchido, a oração é algo profundo que além de se pronunciar com os lábios, parte da alma, conforme afirma a santa: “A alma terá que orar em qualquer estado em que esteja. Ele deve orar à alma pura e bela porque, caso contrário, ela perderá sua beleza. A alma que aspira à santidade deve orar, porque senão não lhe será dada. Ele deve orar à alma recém-convertida, se não quiser ter uma recaída fatal. Ele deve orar à alma imersa em pecados para sair deles. Não há alma isenta de orar, porque é através da oração que as graças descem. Quando oramos, devemos usar inteligência, vontade e sentimento”.
Os relatos no diário
Uma alma orante como experimentava a paixão de Jesus? Santa Faustina relatou em seu diário o que experimentava diante da contemplação da paixão. Mais do que um olhar curioso ou emotivo, as linhas do diário relevam um caminho espiritual profundo, conforme vemos neste trecho: “Irmã Faustina escreve: Quando medito sobre a paixão do Redentor, muitas vezes o vejo na forma que ele tinha após a flagelação. Eu me pergunto de onde poderia ter vindo tanta maldade contra Ele. Foi o pecado que o produziu. Ó pobres pecadores, como você vai encontrar, no dia do julgamento, com esse Jesus que você está agora açoitando? Vejo o sangue pingando no chão e a carne se despedaçando; Percebo seus ossos carnudos claramente visíveis em suas costas. Jesus geme baixinho e respira pesadamente. Sinto-me confortado pelo pensamento de que, aqui, o pecado encontra a misericórdia”.
Todos nós temos uma imagem de Jesus, ou pensamos nas feições dele, para Santa Faustina Jesus tinha de fato um rosto que ela viu. Ela experimentou a visão do rosto doloroso de Jesus e compreendeu o mistério do amor de Deus: "Jesus apareceu de repente diante de mim sem suas roupas, coberto de feridas por todo o corpo, com os olhos inundados de sangue e lágrimas, com o rosto desfigurado, coberto de cuspe. De repente, o Senhor me disse: ‘A esposa deve ser como seu Noivo’. Aqui não há possibilidade de qualquer dúvida. Minha semelhança com Jesus deve vir através do sofrimento e da humildade." Jesus misericordioso, ensina-me a apreciar o cansaço da vida, a doença, cada sofrimento e a carregar esta cruz diária com amor”.
Santa Faustina teve uma experiência mística em relação a Jesus crucificado. Com a inteligência e os sentimentos, pela fé, ela contemplou essa realidade de dor e de amor: “Eu vi Jesus pregado na cruz. Depois que Jesus ficou pendurado por um momento, vi uma multidão de almas crucificadas como Jesus. E eu vi uma terceira hoste de almas e uma segunda hoste de almas. O segundo grupo não foi pregado na cruz, mas essas almas seguraram a cruz firmemente em suas mãos. O terceiro grupo de almas, por outro lado, não foi crucificado nem segurou a cruz em suas mãos, mas essas almas arrastaram a cruz atrás de si e ficaram insatisfeitas. Então Jesus me disse: ‘Veja aquelas almas que são como Mim mesmo no sofrimento e no desprezo: elas serão como Eu mesmo na glória. E aqueles que se assemelham menos a mim em sofrimento e desprezo: eles se parecerão menos comigo mesmo em glória’. Eu disse: Jesus, meu Salvador, esconde-me nas profundezas do Teu Coração, para que, fortalecido pela Tua graça, eu me faça semelhante a Ti no amor da Cruz e participe da Tua glória”.
