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Quem eram os fariseus?

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Philip Jenkins - publicado em 11/06/25
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E por que Jesus era tão virulento com eles?

No Novo Testamento, os fariseus são mencionados com frequência. Mas é preciso dizer que raramente é em seu favor. Pelo contrário, Jesus entra frequentemente em oposição a eles, chegando a dirigir-lhes duras repreensões, como demonstra esta sequência de advertências relatada no capítulo 23 do Evangelho de Mateus:

“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque fechais aos homens o Reino dos Céus; pois nem vós entrais, nem deixais entrar os que querem entrar! Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque percorreis o mar e a terra para fazer um só prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho da Geena, duas vezes pior do que vós! Ai de vós, guias cegos, que dizeis: 'Jurar pelo Santuário não é nada; mas quem jurar pelo ouro do Santuário, fica obrigado'.” (Mt 23, 13-16)

E assim por diante, por muitos versículos.

Então, por que essas repreensões? Quem eram esses fariseus que enfureciam Jesus?

O nome "fariseu" tem sua origem no grego pharisaioi, que por sua vez vem da raiz do verbo hebraico prš ("parash"), que significa "distinguir", "separar", mas também "esclarecer", "explicar". A origem dessa denominação dá lugar a duas interpretações. Dada a importância que atribuíam à Lei, é possível que seu nome marque o fato de que este grupo se "separou", por razões de pureza ritual, do resto do povo, menos preocupado com as prescrições da Lei. Mas também pode ser entendido como "aqueles que separam a lei" (em outras palavras, a analisam minuciosamente) para procurar interpretá-la e explicá-la melhor. Seja como for, o apego à Lei era, portanto, preponderante nesta seita judaica.

Assim, no tempo de Jesus, eles procuravam seguir a Lei de forma muito escrupulosa. Segundo eles, a pessoa crente devia observar tanto a Lei escrita, ou Torá, quanto as tradições orais, às quais atribuíam grande importância. Ao todo, eles compilaram 613 preceitos a serem respeitados, incluindo nada menos que 365 proibições. Eles insistiam principalmente na observância do sábado e nas diferentes purificações rituais. Ao estabelecerem todos esses preceitos, desejavam garantir que ninguém pudesse infringir um princípio maior da Lei, especialmente um dos Dez Mandamentos.

Conhecendo as leis melhor do que ninguém, eles gozavam, portanto, de grande influência sobre a população, o que por vezes os levava a abusar de seu poder e a desprezar aqueles que não conheciam os preceitos tão bem quanto eles. Jesus então os acusou de "trancar" o Reino dos céus, de torná-lo inacessível, enquanto Ele mesmo veio para dizer que todos, sem exceção, tinham acesso a ele. Por outro lado, os fariseus nem sempre eram tão escrupulosos quanto pareciam, infringindo eles mesmos os preceitos que ditavam com tanto rigor, o que lhes valeu serem chamados por Jesus de "hipócritas", de "sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão." (Mt 23, 27) Enquanto impediam o povo de se aproximar daqueles que haviam cometido uma falta, Jesus os repreendia por não verem o quanto seus excessos de zelo, seus abusos de poder e sua observância estrita não deixavam espaço para a misericórdia e faziam deles próprios pecadores.

Fariseus no evangelho

Nos Evangelhos, os fariseus aparecem, portanto, como personagens pouco recomendáveis. No entanto, é preciso levar em conta um dado contextual: no início da redação do Novo Testamento, por volta do ano 70, os antagonismos entre o judaísmo e o cristianismo eram cada vez mais acentuados, e isso pode ter influenciado negativamente a forma como os fariseus foram retratados naquela época. Como em qualquer grupo, eles contavam em suas fileiras com homens virtuosos. No Evangelho de João, um deles se tornou célebre: trata-se da personagem de Nicodemos, um fariseu que, após decidir seguir os ensinamentos de Jesus, tomará sua defesa diante de outros fariseus (Jo 7, 45-51) e ajudará José de Arimateia a descer o corpo de Jesus da cruz. Pois ele, entre os chefes do povo e os fariseus, tinha crido (cf. Jo 7, 48).

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