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Santa Scorese: mártir do stalking

Santa Scorese

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Paulo Teixeira - publicado em 23/06/25
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Ainda não se chamava feminicídio, mas foi isso que aconteceu a Santa Scorese no início dos anos 90...perseguida e morta, testemunhou sua fé.

Era tarde da noite de 15 de março de 1991 quando Santa recebeu uma punhalada mortal na entrada de sua casa. O agressor a perseguia há três anos, escrevia cartas indescritíveis, ameaçava a jovem e por uma ocasião tentou violentá-la. Era um psicopata e tinha uma obsessão pela jovem.

Santa foi o nome que recebeu a menina da família Scorese quando nasceu em Bari, no sul da Itália, em 1968. Cresceu cultivando a devoção mariana que aprendeu no oratório salesiano de sua cidade.

Aos 15 anos atuou como voluntária na Cruz Vermelha ocupando-se das pessoas afetadas pela poliomielite e distrofia muscular. Frequentou o movimento Gen, ligado ao movimento Focolare fundado por Chiara Lubich. Se consagrou a Nossa Senhora com as Missionárias da Imaculada – Padre Kolbe. Frequentava o curso de pedagogia na universidade e era assídua em sua paróquia.

Em 1988 um psicopata a vê proclamar a leitura da Palavra de Deus na Catedral de Bari e começa a persegui-la. Suas mensagens eram agressivas e em todos os lugares o rapaz a procurava. “Ou minha ou de mais ninguém, nem mesmo de Deus”, escreveu ameaçando.

Santa não podia mais sair de casa sozinha e era acompanhada pelos amigos em todos os lugares. Ela foi escoltada pelos amigos até a porta de casa na noite de 15 de março de 1991, mas o agressor estava escondido em um arbusto do jardim e, assim que os amigos se afastaram, deferiu golpes de faca na jovem de 23 anos que não resistiu aos ferimentos e deixou a vida tão promissora.

No seu diário espiritual a jovem escreveu sobre os sentimentos que norteavam sua vida: “Uma coisa eu descobri: que Deus é verdadeiramente o único ponto fixo inabalável da vida. Sinto agora, apesar da agitação que existe dentro de mim, a presença de Deus que dá

tranquilidade e confiança. Confiança de que não estou sozinha, que Ele me ama sempre, mesmo com meus limites. Sinto também a necessidade de escolhe-lo novamente todos os dias como a coisa mais importante para mim, pela qual vale a pena lutar, sofrer e morrer” (Diário de Santa Scorese, 17 de novembro de 1987).

Em 1999 a Diocese de Bari concluiu a fase diocesana do processo de beatificação e o Vaticano autorizou invocá-la como Serva de Deus.

O agressor foi considerado incapaz de responder por seus atos e passou uma década em uma instituição psiquiátrica. Mais de 30 anos depois do feminicídio, o psicopata, já com 64 anos, não perdeu sua obsessão e começou a importunar a família de Santa Scoresse. Desde 2009, a Itália conta com uma legislação específica contra stalking (no Brasil há lei semelhante desde 2021) mas, apesar de ter sido preso e processado, e a família protegida, o agressor foi  considerado inimputável e colocado sob vigilância.

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