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5 dicas sobre como falar de identidade racial com as crianças?

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Paulo Teixeira - publicado em 24/06/25
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É importante falar para que as crianças possam crescer com conceitos adequados sobre si mesmas

Um dos desafios da nossa sociedade é o racismo estrutural. Basicamente é como se ele existisse mesmo sem a “permissão” das pessoas, no sentido de que ele está nos ambientes e é percebido pelas crianças. Nas escolas, por exemplo, não é permitido o racismo, mas ele é combatido porque existe como uma estrutura da sociedade. Claro que nenhuma escola permite nem apoia o racismo, inclusive existem muitos meios para combatê-lo, mas as crianças percebem que existe e é destinado a elas. 

De acordo com a psicóloga Margoth Nandes da Cruz, é importante discutir as questões raciais. “No nosso processo de constituição de sujeito, nós vamos nos entendendo a partir do que dizem que nós somos. Isso vale para a identidade racial. Então, qual a nossa cor, o que se entende por essas identidades da pessoa negra, da pessoa branca e de outras identidades não-brancas, isso também vale para demais características que nos constituem”

Debate

É um desafio debater sobre essa temática em casa e na escola, mas é importante para evitar equívocos e constrangimentos. Muitas famílias orientam as crianças como se comportar em situações de racismo, mas a psicóloga Margoth Nandes da Cruz, em entrevista ao programa Viva a Vida da Pastoral da Criança, alerta que “o responsável que quer trazer essa orientação para a criança entenda qual é essa idade da criança e a partir dessa idade, qual a comunicação mais adequada para se trazer esse conteúdo, que é um conteúdo delicado, mas importante. Digo isso porque há possibilidades distintas de trazer o mesmo conteúdo para uma criança de 3 anos, para uma criança de 6 anos e para uma criança de 11 anos, por exemplo”. 

Como ponto de partida Margoth indica as referências, a representatividade. Para a psicóloga: “É importante que a gente reconheça quais são as representatividades que já existem, o que é referido quando se fala da população negra, sobretudo para as crianças, que já são uma população mais vulnerável. Se a gente pensar numa representatividade positiva, que valoriza os aspectos da população negra e a sua cultura, sim, é extremamente importante”.

Acolhida

A psicóloga acrescenta que é importante a postura de acolhida da família para que, se houver casos de violência, a criança possa ter a segurança da família. “Quando, após uma violência, a vítima é amparada, recebe zelo e suporte, isso pode reduzir muito os danos da violência sofrida. E o inverso igualmente. Após essa violência, se a vítima é deslegitimada, culpabilizada, essa violência é negada, é gerado isolamento, essa experiência vai ser elaborada de uma forma muito ruim e possivelmente vai ter muito mais danos para o processo do desenvolvimento da criança”, explica Margoth.

Dicas

    1Elogiar a beleza

    É importante a família elogiar as crianças pelos seus cabelos, pela cor da pele, pelos atributos que nem todos podem saber elogiar.

    2Celebrar conquistas

    As crianças precisam ter fortalecidas a autoconfiança, por isso, é importante celebrar as conquistas, esforços e habilidades das crianças.

    3Fazer com que se sintam representadas

    É importante apresentar às crianças livros, filmes e vídeos com protagonistas  negros, isso vai fazer com que ela também se sinta como protagonista de sua história.

    4Diversidade e inclusão

    É normal ser diferente. É importante que as crianças compreendam que a diversidade é normal.

    5Acolhimento e proteção

    Diante de episódios de violência, é importante acolher e validar os sentimentos da criança e mostrar que o problema não está nela, mas que quem tem preconceito tem um problema.

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