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Crianças amam celular, mas ele não é brinquedo. Brincar é coisa séria!

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Paulo Teixeira - publicado em 25/06/25
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O tempo e os espaços para brincar são essenciais para o desenvolvimento integral das crianças

As brincadeiras marcam a infância de todos. Por meio dos jogos e brincadeiras, as crianças constroem a partir de “seu próprio mundo” suas relações com o mundo. Adultos também devem brincar e ter momentos de distensão. Animais filhotes também brincam como preparação para a vida adulta. Um dos desafios atuais é ter tempo para o lazer e espaços adequados para as brincadeiras.  

Brincar é coisa muito séria, conforme afirma a antropóloga Regina Márcia Moura Tavares, autora do livro Brinquedos & Brincadeiras: Patrimônio Cultural da Humanidade, : “Nós temos de brincar bastante, muitas horas por dia, espontânea e livremente, porque nós vamos exercitar aquilo que é fundamental para a nossa sobrevivência: a criatividade. É inventando, transformando, acrescentando coisas que nós fazemos nas brincadeiras de infância, que nós estamos desenvolvendo essa criatividade, além de desenvolver vários aspectos do nosso físico, do nosso intelecto, do nosso consciente, do nosso subconsciente, da nossa capacidade de relacionamento com outros seres iguais a nós”. 

Brincar é exercício físico, é interação com outros, é desenvolvimento do raciocínio e aprendizado. Às vezes não compreendemos a complexidade do brincar e achamos que é só distração, inclusive que se opõe a aprendizado. Já há algumas décadas os jogos eletrônicos e os celulares entraram no universo infantil como uma “brincadeira’ mais centrada ou como algo mais disciplinado, contudo, em entrevista ao programa Viva a vida da Pastoral da Criança a antropóloga destacou que celular não é brinquedo: “No celular, ela vai só estar olhando e achando engraçado, se divertindo, só que ela não vai estar exercitando nenhuma das suas habilidades, nem motoras, nem psicoemocionais, nem relacionais, não estará se socializando, estará se limitando a um quadradinho único que é ela mesma diante de uma tela”. 

Claro que as crianças amam celular, e os adultos também vivem grudados aos seus, mas o que chama a atenção é que justamente tendo um instrumento de comunicação em mãos durante quase toda a jornada e nos momentos de lazer, o que nos falta é a convivência humana. “Nós desenvolvemos muito na contemporaneidade a técnica, temos progressos técnicos infinitos, temos progressos médicos, hoje vivemos muito mais do que há 50 anos, mas estamos nos prejudicando pela falta de comunicação. Isso, para o adulto, já não é bom. Para a criança, lesa a criança. Não permite a ela o desenvolvimento normal. Então nós precisamos trabalhar no nível das políticas públicas para que isto não aconteça, conclui Regina Márcia. 

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