Dom Nelson Francelino Ferreira, bispo referencial da Comissão Episcopal para a Juventude, considera os diversos desafios que a juventude enfrenta no atual contexto da sociedade brasileira. Segundo Dom Nelson, a pandemia impactou bastante na juventude. Quem já era jovem cinco anos atrás teve que desacelerar seus planos e quem ainda não era jovem teve outros percalços. “O jovem de hoje ainda carrega as marcas da pandemia que dificultou muitos os projetos de vida. Vivemos as consequências econômicas, sociais e políticas da pandemia”, afirma o bispo.
No Brasil 30 % dos jovens se declaram “sem religião”. Acredita-se que mais de 9 milhões de pessoas sejam “cristãos não determinados” e que mais de 10% dessas pessoas sejam jovens. São os “desingrejados”, pessoas que creem, mas não frequentam uma denominação religiosa. “Essa terminologia nos aponta para uma realidade que precisa ser enfrentada com lucidez. Os jovens dizem que acreditam em Deus, tem religião, mas não frequentam a Igreja. Não é que os jovens não vivam os valores do Evangelho, mas, muitas vezes, não compreendem a ‘burocracia eclesial’”.
Contudo, Dom Nelson indica que não são somente questões ligadas à instituição que afastam os jovens, segundo o bispo: “Os jovens também cobram exemplo e sentem a falta de testemunho dos fiéis, de quando o discurso, na prática, se enfraquece. Os jovens que estão fora da Igreja requerem como força de atração o testemunho. Precisamos, como Igreja, clérigos e leigos, pensar que que não basta um mestre, aquele que se sustenta pela teoria, é necessário o sábio, aquele capaz de orientar pelo exemplo de vida. Precisamos falar pelo testemunho que grita mais alto do que palestras e cursos”.
Dom Nelson tem uma mensagem especial que todas as famílias podem transmitir aos seus jovens, como incentivo para a participação na Igreja: “Jovem, você tem um potencial grande, participando do grupo de jovens você vai perceber a força que tem. Não conduza seus passos pelos limites, mas guie seus passos e sonhos pela ressureição de Jesus, pelo exemplo da Virgem Maria e pelo Papa Francisco que nos convida para uma Igreja em saída”.

