O religioso capuchinho foi criado cardeal – não eleitor – em 2023 pelo Papa Francisco, que frequentemente o mencionava como um modelo de confessor misericordioso, conhecido por se sentir culpado por “ter perdoado demais”.
Luis Pascual Dri nasceu em Federação, na província de Entre Ríos, em 17 de abril de 1927, em uma família de agricultores, onde oito dos nove filhos escolheram a vida religiosa. Ele ingressou no seminário dos capuchinhos em janeiro de 1938, aos 11 anos, e recebeu o hábito capuchinho em 21 de fevereiro de 1945.
Em 29 de março de 1952, foi ordenado sacerdote em Montevidéu. Dri exerceu diversas funções, incluindo diretor de um pequeno seminário, formador de noviços e educador no Uruguai, até 1974. Depois disso, foi nomeado pároco de várias igrejas na Argentina, incluindo a de Mar del Plata, e desde 2007, servia no santuário de Nossa Senhora de Pompéi.
Sua nomeação como cardeal, anunciada pelo Papa Francisco entre outros durante o consistório de 30 de setembro de 2023 – ao lado de Robert Prevost, o atual Papa – causou surpresa, já que ele, por estar muito idoso, não pôde viajar a Roma para receber o chapéu cardinalício.
Com essa nomeação, o pontífice argentino queria prestar homenagem a uma figura de “grande confessor” que frequentemente citou durante seu papado. Francisco costumava relatar que o pai Dri se sentia culpado por ter “perdoado demais” durante as longas horas que passava no confessionário. Consumido por esse escrúpulo, o capuchinho ia até a capela e orava: “Senhor, perdoe-me porque eu perdoei demais. Mas foi você quem me deu esse mau exemplo!”.
Com o falecimento de Dri, o Colégio dos Cardeais passa a contar com 250 membros, sendo 132 eleitores em caso de conclave e 118 não eleitores.