Débora Bonini Becher e Nicolas Becher são pais do pequeno José de um ano. Durante a gestação o casal soube que o filho nasceria com focomelia, uma condição rara que afeta o desenvolvimento dos membros. A fé norteou o casal para viver com serenidade essa situação como testemunha Débora: “Deus foi demonstrando pra gente que ele já vinha nos preparando para isso”.
O casal que tinha perdido uma gestação ficou questionando sobre como isso poderia acontecer. Foi aí que, procurando ajuda de amigos, disseram que não era o momento de questionamentos, mas de oração. “Começamos uma novena pela gestação, mas Deus deu uma fortaleza pra gente para podermos acolher o José como ele é”, disse Débora.
O entendimento de que José era para estar aqui veio muito antes, antes mesmo que o próprio casal tivesse essa noção. Em 2022, Débora e Nicolas perderam um filho. Um ano depois, na mesma data, em 28 de dezembro de 2023, José nasceu. “Quando a gente chegou para os médicos, a gente já chegou com a certeza de que ele era pra nós. Os médicos tentavam ter cuidado ao falar com a gente, mas a gente já estava sabendo que ele era nosso e que íamos aceitá-lo como ele viria”, diz Débora.
A condição do filho que nasceu sem os braços e sem as pernas foi um grande aprendizado para toda a família que passou a ver a vida com olhos diferentes. “Ser mãe do José é uma luta diária, mas também um aprendizado constante. Eu nasci para ser mãe dele, para trazer essa história de vida que ele já demonstra desde o primeiro segundo”, relata Débora. O pai Nicolas conta que “José ensina que temos que viver a vida focados no dia presente e Deus mandou o José como um anjo para nos ensinar a viver a vida superando as dificuldades”.
O casal transmite pela internet a mensagem que o filho traz. “A gente tem que mostrar que a vida segue, que não é um bicho de sete cabeças e que a gente não tem que ter medo de nos mostrar como pais de José”, diz Nicolas. “Não é uma condição que define nosso futuro, mas é Deus quem está no comando de tudo”, reforça Débora.
As dificuldades existem, mas a força para superá-las é ainda maior. As dificuldades existem, mas o apoio está em Deus. A vida atípica é vivida com muito amor. “Ser mãe do José é uma luta diária, mas também é um aprendizado de todos os dias, é uma felicidade. Ele ensina para a gente desde a hora que acorda, até mesmo no sono. Hoje pra mim é uma realização, é maravilhoso, por mais da dificuldade que a gente tem sim, não é tão simples, não é tão fácil, mas eu nasci para ser mãe dele. Ele não nasceu para ser meu filho, eu que nasci para ser mãe dele para trazer ele, e ele poder dar todo esse testemunho de vida que desde o primeiro segundo ele já dá pra gente”, conclui Débora.

