Em novembro de 2025, o Brasil fará história ao sediar a COP30 (30ª Conferência das Partes) em Belém, no Pará, colocando o coração da Amazônia no centro do debate climático global. O documento, criado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) , serve como um guia para democratizar as informações sobre o evento, especialmente para as comunidades amazônicas (indígenas, ribeirinhos, quilombolas e extrativistas), garantindo que suas vozes e a proteção de seus territórios sejam incluídas nas decisões cruciais.
O principal objetivo da COP30, considerada a "COP das COPs", é garantir que os países-membros apresentem, até fevereiro de 2025, contribuições suficientemente ambiciosas para manter o aquecimento global abaixo do limite de 1,5°C.
Entenda a estrutura da COP30
A COP é um encontro de grande importância, reunindo líderes e representantes de mais de 196 países que fazem parte da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). É nela que são tomadas as resoluções mais importantes, como foi o Acordo de Paris (COP21), que estabeleceu as metas para limitar o aquecimento global.
O evento, que dura duas semanas, é dividido em zonas principais:
Zona Azul: Gerida pela ONU, é o núcleo das negociações oficiais entre os países, onde ocorrem as sessões plenárias e as decisões importantes sobre políticas climáticas. O Pavilhão Brasil se localiza aqui.
Zona Verde: Aberta ao público, é o espaço para a sociedade civil, ONGs e empresas, com foco em exposições, eventos paralelos e sensibilização ambiental.
Além disso, os Pavilhões Temáticos (como o Pavilhão dos Povos Indígenas e o Pavilhão de Mulheres e Gênero) enriquecem o diálogo ao destacar soluções focadas em mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Temas centrais
Os debates na COP abordam temas cruciais, como a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) , estratégias de adaptação e, fundamentalmente, a Transição Justa. A COP30, em particular, é um chamado para reconhecer e fortalecer a conexão entre a Amazônia, seus povos e o mundo.
O sucesso da conferência dependerá de ações concretas para proteger a Floresta Amazônica, que armazena uma quantidade massiva de carbono. Por isso, a Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, articulada pela REPAM, busca fortalecer a incidência dos movimentos sociais e territoriais, garantindo que os direitos humanos na Amazônia e os direitos da natureza sejam centrais nas discussões.
Principais verbetes para entender a COP30
COP (Conferência das Partes): Fórum anual global para debater e negociar as mudanças climáticas.
UNFCCC: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Acordo de Paris: Pacto climático adotado na COP21 para limitar o aquecimento global a 1,5∘C.
NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas): Metas de redução de GEE que cada país se compromete a cumprir após assinar o Acordo de Paris.
1,5°C: O limite seguro de aumento da temperatura global que deve ser atingido até o final do século para evitar as piores consequências da crise climática.
Mitigação: Ações para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa.
Adaptação: Ações para preparar e ajustar a sociedade e os ecossistemas aos impactos inevitáveis das mudanças climáticas.
Transição Justa: Abordagem para garantir que a mudança para uma economia de baixo carbono seja equitativa e inclusiva para todos.
Zona Azul / Zona Verde: As duas áreas principais da COP, para negociações oficiais e para o público e a sociedade civil, respectivamente.
Povos Amazônicos: Os protagonistas na COP30, cujas vozes e saberes tradicionais são essenciais para a proteção do bioma.
O evento em Belém é uma oportunidade para que o conhecimento e o poder de decisão saiam dos gabinetes e cheguem aos territórios, fortalecendo a participação dos povos que historicamente cuidam da floresta.









