Papua-Nova Guiné está prestes a celebrar seu primeiro santo canonizado: o bem-aventurado Peter To Rot, catequista mártir morto em 1945.
A canonização está marcada para o domingo, 19 de outubro de 2025 — Dia Mundial das Missões — no Vaticano, com o Papa Leão XIV presidindo a cerimônia.
Em 31 de março de 2025, o Papa Francisco “abriu o caminho” ao aprovar os decretos para a canonização de To Rot, notícia amplamente divulgada pela Vatican News. Em seguida, o Papa Leão XIV reuniu os cardeais em 13 de junhopara definir oficialmente a data.
Falando sobre o legado de seu tio-avô, o arcebispo Rochus Josef Tatamai, arcebispo de Rabaul, disse à Vatican Newsque a fé em sua família “fazia parte da vida cotidiana, por meio da oração, da Missa e da ajuda aos vizinhos.”
O arcebispo traça sua linhagem até Josef Tatamai, o irmão mais velho de Peter To Rot.
“Meus pais e avós nos contavam sobre seu compromisso inabalável com Deus e com a comunidade. Não era apenas história; era um exemplo vivo”, disse ele.
O avô do arcebispo Tatamai sonhava que um dia houvesse um sacerdote na família, e esse desejo foi recordado pelos anciãos da aldeia no dia em que Rochus Tatamai foi ordenado padre.
Ele acrescentou que o testemunho de To Rot mostra que “a santidade é possível na vida comum”, palavras que espera inspirar famílias e jovens de todo o país.
“A vida dele me ensinou que a fé não é algo abstrato”, explicou o arcebispo. “Ela é vivida, às vezes, nas circunstâncias mais desafiadoras.”
Uma nação em festa
Outras vozes também destacaram a importância do momento. A equipe postuladora da causa descreveu o clima em Papua-Nova Guiné como “muito, muito animado”, chamando o evento de “histórico”, em entrevista concedida à Vatican News no mês passado.
A Agenzia Fides também sublinhou a atualidade pastoral do testemunho de To Rot, chamando-o de “o santo de que a Igreja precisa nestes tempos.”
Para quem não conhece sua história: Peter To Rot (1912–1945) serviu como catequista leigo em East New Britain. Durante a ocupação japonesa, ele defendeu o matrimônio cristão, sustentou silenciosamente a vida paroquial enquanto os padres estavam presos e acabou sendo morto por causa da fé.
Esses traços biográficos foram repetidamente narrados por meios católicos no Pacífico e em outras regiões.
O momento da canonização também tem um significado nacional. Em 2025, Papua-Nova Guiné celebra 50 anos de independência, e líderes civis e religiosos estão apresentando a canonização como um presente à nação em um ano jubilar de esperança.
O arcebispo Tatamai compartilhou ainda detalhes familiares que mantêm viva a memória de To Rot: o catequista era um dos quatro irmãos — Theresa IaVarpilak, Josef Tatamai, Peter e Gabriel Telo — filhos de Angelo Topuia e Maria Iatumul, entre os primeiros católicos batizados em Rakunai.
“Desde jovem, sentia sua presença em nossa casa”, contou o arcebispo à Vatican News.
Linha do tempo
- 31 de março de 2025: o Papa Francisco aprova os decretos para a canonização.
- 13 de junho de 2025: o Papa Leão XIV define oficialmente a data no consistório público.
- 19 de outubro de 2025: canonização durante o Dia Mundial das Missões, na Praça de São Pedro.
Como destacou a Vatican News, o arcebispo Tatamai espera que o mundo veja no futuro São Peter To Rot “um guia para o presente” — um marido, pai e catequista cuja vida simples refletiu uma coragem extraordinária.









