Antes de cada jogo em casa do Boston Celtics, o técnico Joe Mazzulla dá uma volta silenciosa e orante em torno da quadra.
Em suas mãos, ele carrega um terço feito com o antigo piso de madeira do Boston Garden — um elo tangível entre o passado lendário do time e sua própria jornada espiritual.
“Todos os dias, quando chego ao Garden, faço meu círculo de oração e uso esse terço”, contou Mazzulla ao Boston.com. “Eles me dão uma sensação de conexão com a história dos Celtics e com a minha fé.”
As contas do terço foram um presente de um assistente da equipe que sabia o quanto a oração é o alicerce do técnico de 37 anos antes de cada partida.
Para Mazzulla, esse ritual não é superstição — é um momento para recentrar-se em Cristo antes de entrar no mundo de alta pressão do basquete profissional.
Sua confiança tranquila às vezes se manifesta com humor espirituoso.
Quando um repórter perguntou se ele havia conhecido o príncipe William e a princesa Catherine durante um jogo dos Celtics, Mazzulla sorriu e respondeu:
“Jesus, Maria e José? Eu só conheço uma família real.” (CNA).
Essa resposta espirituosa revelou o que o motiva: a fé em primeiro lugar, a fama em segundo.
“Fé de Quadra Inteira”
Em seu recente episódio do Godsplaining, intitulado “Full Court Faith”, Mazzulla conversou com o frei dominicano Joseph-Anthony Kress sobre vida, vocação e identidade.
A conversa ofereceu um raro vislumbre por trás da prancheta — de um homem cuja forma de treinar nasce da contemplação.
Ele falou sobre o desafio de encontrar a verdadeira identidade em uma profissão medida por vitórias e derrotas:
“Minha identidade vem da minha fé e do meu propósito”, disse ele. “Treinar é apenas a plataforma onde posso viver isso.”
Mazzulla vê o treinador como um vocacionado ao serviço, explicando que escolheu esse caminho porque outras pessoas “derramaram” amor e ensinamentos sobre ele quando era jovem. Agora, afirma, é a vez dele retribuir aos jogadores — ensinando não apenas defesa e disciplina, mas também integridade e compaixão.
Essa reflexão não é incomum para o devoto treinador, como já havia relatado a CNA:
“Eu não sou um técnico de basquete, sou uma pessoa que aparece todos os dias para ajudar as pessoas.”
Um lar construído sobre a oração
A mesma devoção orienta sua vida familiar.
Mazzulla e sua esposa, Camai, mantêm uma pequena capela em casa, onde começam e terminam o dia em oração— um hábito que mantém o casamento, como ele descreve, “ancorado na gratidão e na paz.”
No podcast, ele também revela que “tudo começa e termina no seu casamento.”
De fato, ele atribui à fé da esposa o papel de tê-lo ajudado a encontrar e fortalecer a própria fé.
Ele conta ainda como a fé e a dedicação de Camai — tanto a ele quanto aos filhos — influenciaram sua carreira profissional.
Além de participar ativamente no apoio ao marido, Camai também o ajuda a ver o jogo sob uma nova perspectiva:
“Hoje eu até assisto às partidas pelo olhar dela.”
E é exatamente isso que, segundo ele, um bom cônjuge deve fazer: encorajar-nos a olhar além dos próprios pensamentos e necessidades.
Ouvindo o podcast, fica claro que Mazzulla quer viver a vida “pela lente de Cristo.”
Tanto que ele busca em Cristo respostas até para as pequenas dúvidas do cotidiano — chegando a se perguntar o que Jesus faria com o Instagram!
Abaixo está a entrevista completa de 36 minutos em inglês— e vale muito a pena ouvir!









