Entre os sete novos santos canonizados em 19 de outubro de 2025, estão duas monjas italianas.
Maria Troncatti (1883–1969) foi missionária no Equador por mais de 40 anos, e Vincenza Maria Poloni (1802–1855) fundou uma comunidade dedicada aos mais pobres da cidade de Verona.
Uma Filha de Maria Auxiliadora
Natural da região de Bréscia, Santa Maria Troncatti professou os votos nas Filhas de Maria Auxiliadora — as Salesianas de Dom Bosco.
Seus primeiros anos de vida religiosa foram marcados por saúde frágil. Durante a Primeira Guerra Mundial, fez um curso especial de enfermagem e dedicou-se a oferecer assistência material e espiritual aos soldados feridos que retornavam do front austríaco.
Em 1915, durante uma forte enchente em Varazze, escapou milagrosamente da morte — experiência que reforçou seu desejo de tornar-se missionária.
Depois de vários anos em Gênova, trabalhando em um instituto para órfãos de guerra, partiu em 9 de novembro de 1922 em missão ao Equador, para atuar entre o povo shuar (também chamado jívaro), que habita a selva amazônica.
Uma vez lá, abriu um pequeno ambulatório e se dedicou a servir à população local, devastada por doenças e epidemias (como varíola negra e sarampo). Também defendeu mulheres e crianças vítimas de tradições ancestrais violentas.
Apesar da resistência dos colonos locais — as freiras chegaram a ser alvo de incêndios criminosos —, contribuiu para a primeira evangelização desse povo, entre o qual era muito estimada.
Morreu aos 86 anos, em 1969, em um acidente aéreo.
Maria Troncatti foi beatificada em 2012.
O segundo milagre atribuído à sua intercessão — que levou à sua canonização — diz respeito a uma mulher equatoriana.
Em 2002, após entrar em coma devido a uma grave doença, a mulher foi enviada para casa a pedido dos pais, para que pudesse morrer ali. Um padre salesiano pediu então à família que rezasse à religiosa, e alguns dias depois, a mulher acordou do coma e seus sintomas desapareceram gradualmente.
Uma freira inspirada em São Vicente de Paulo
Santa Vincenza Maria Poloni é cofundadora do Instituto das Irmãs da Misericórdia, juntamente com o sacerdote alemão Charles Steeb.
Essa religiosa, que viveu a maior parte de sua vida no dinâmico ambiente católico de Verona, então sob domínio austro-húngaro, fundou a congregação em 1848, dedicada ao serviço aos pobres, seguindo a espiritualidade de São Vicente de Paulo.
Foi enquanto cuidava dos doentes durante a epidemia de cólera de 1836 que Luigia — seu nome de batismo — confirmou sua vocação para uma vida de serviço.
Em 1840, ela e três companheiras fundaram o que mais tarde se tornaria o Instituto das Irmãs da Misericórdia.
Como São Vicente de Paulo, sua inspiração, Vincenza Maria chamava os pobres de “nossos mestres” e também se dedicou à educação dos jovens.
Sob sua liderança, o instituto cresceu rapidamente, tornando-se um modelo de caridade cristã em Verona, segundo sua biografia publicada no site da Congregação para as Causas dos Santos.
Sua congregação existe até hoje, com 570 religiosas em 63 comunidades distribuídas pela Europa, América Latina e África.
Vincenza Maria viveu os últimos anos com sérios problemas de saúde, aceitando o sofrimento com paciência e oração.
Ela faleceu em 1855, aos 53 anos.
O processo de beatificação teve início em 1990, e ela foi beatificada em Verona em 2008.
O milagre que abriu o caminho para sua canonização refere-se à cura milagrosa de uma mulher chilena que sofreu uma grave lesão na aorta, necessitando de cirurgia complexa em 2013.
Embora seu estado fosse crítico, recuperou-se após o sobrinho invocar a intercessão da freira italiana, já que há uma casa da congregação em Quilleco, cidade do Chile.




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