Há dias em que o chão parece escapar dos nossos pés. A vida, que tantas vezes segue num ritmo previsível, de repente se mostra frágil, incerta e imprevisível. É nesse terreno instável que surgem as perguntas mais profundas: Qual é o sentido de tudo isso? Por que continuar quando tudo parece desabar?
Essas perguntas não são sinal de fraqueza, mas de humanidade. Elas brotam do lugar mais sensível da alma — aquele que deseja compreender a dor e, ao mesmo tempo, encontrar um motivo para continuar acreditando.
Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente dos campos de concentração, dizia que “quem tem um porquê enfrenta quase qualquer como”. Em meio a um dos períodos mais sombrios da história, ele percebeu que o sentido da vida não depende das circunstâncias, mas da forma como respondemos a elas.
Quando tudo é tirado de nós, ainda nos resta a liberdade de escolher a atitude diante do que vivemos.
Encontrar sentido não é negar a dor, e sim reconhecê-la como parte do processo humano. É entender que o sofrimento pode se tornar solo fértil para crescimento, amadurecimento e compaixão. Às vezes, o sentido não aparece de imediato — ele se revela aos poucos, no caminhar, nas pequenas luzes que ainda insistem em brilhar quando tudo parece escuro.
A esperança nasce desse movimento silencioso: o de acreditar que a dor não é o fim da história. Que, por mais longa que seja a noite, há sempre uma aurora esperando para romper o horizonte. Ter esperança não é ingenuidade — é um ato de coragem. É olhar o caos e ainda assim dizer: “Eu continuo.”
Nos momentos difíceis, o sentido pode estar em gestos simples — no amor de alguém que nos escuta, na fé que nos sustenta, ou até no compromisso de seguir um dia de cada vez. Ele se manifesta quando escolhemos não endurecer o coração, mesmo após tantas feridas.
A vida ganha sentido quando deixamos de buscar respostas prontas e passamos a viver com profundidade, mesmo em meio às perguntas. E é justamente na travessia das dores que a esperança se fortalece, porque ela nasce onde a razão não dá conta — nasce da alma que insiste em acreditar.
Como disse Viktor Frankl:
“Quando não podemos mais mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos.”
E é nessa mudança, feita de fé, paciência e esperança, que reencontramos o verdadeiro sentido de viver.
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