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“Eu não fiz isso de propósito”: vamos ensinar o senso de responsabilidade aos nossos filhos

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By KayaMe | Shutterstock

Edifa - publicado em 21/10/19

As crianças muitas vezes se escondem atrás dessa pequena frase para justificar um erro ou negligência. No entanto, o "não feito de propósito" não deve ser uma desculpa absoluta. As crianças devem aprender a ser responsáveis ​​por suas ações, mesmo quando não estão conscientes delas

Causar danos inadvertidamente não é a mesma coisa que intencionalmente provocá-los. Principalmente se o dano em questão é a consequência infeliz de uma ação definida pela vontade de fazer o bem. É um prato que se quebra, a vassoura que derruba acidentalmente um quadro, ou um arranhão na pintura do carro feito por um jovem inexperiente, enquanto o lavava. Se nos zangamos com o autor desses pequenos desastres domésticos, ele sente nossas críticas profundamente injustas: “Eu não fiz isso de propósito, eu queria apenas ajudar!”.

Uma boa desculpa?

Na verdade, devemos ficar em silêncio sobre o que está danificado ou destruído, tranquilizar a criança e parabenizá-la pelo serviço prestado, em vez de enfatizar sua falta de jeito. Tudo isto na medida do possível: “Você não fez isso de propósito, mas de qualquer forma aconteceu”. No entanto, o “não feito de propósito” nem sempre é uma boa desculpa: o dano provocado involuntariamente pode advir de uma negligência ou de uma desobediência da qual a pessoa estava plenamente consciente. Se nosso lavador de carros se recusa a seguir as instruções de seu pai e faz de acordo com sua cabeça, podemos legitimamente culpá-lo por ter danificado o veículo; da mesma forma se os pratos quebraram por causa de gestos súbitos de uma criança furiosa. É impossível, então, não censurar, mesmo que as consequências não tenham sido premeditadas! “Você não fez isso de propósito, mas fez conscientemente de forma errada ao invés de fazê-lo da forma correta.”

As consequências do descuido e da indisciplina

O senso de responsabilidade deve ser ensinado bem cedo. É preciso fazer com que a criança assuma as consequências de seus atos, isso significa na verdade levá-la a sério e valorizá-la! Especialmente porque, podemos causar um grande mal se agirmos de forma negligente.

O descuido e a indisciplina às vezes têm consequências dramáticas. Um dos exemplos mais tragicamente banais é o dos acidentes de trânsito: os motoristas nunca desejam matar e, no entanto, matam! Inicialmente, é apenas um sinal vermelho ultrapassado, um pouco de bebida ou dirigir um pouco acima da velocidade permitida porque estão atrasados, ​​mas, no final, são vidas perdidas ou feridas.

Nos casos de transfusão de sangue contaminado ou de aplicação de hormônios de crescimento infectados, nenhum funcionário desejava a morte de pacientes ou de adolescentes em tratamento que desejavam apenas crescer. No entanto, existem centenas de vítimas. Podemos constatar essas consequências de muitas maneiras. Basta refletir: quantas pessoas pobres morrem pela imprudência dos ricos, quantas pessoas são acidentalmente esmagadas pelos poderosos?

No dia do Juízo Final, poderemos dizer: “Eu não fiz isso de propósito”, diante de quem sofria de fome, solidão, doença, rejeição, sem que viéssemos em seu socorro? “Senhor, nós amamos você! Nós não deixamos propositadamente esses homens morrer de desespero. Nós não os vimos, não tivemos tempo, não pensamos nisso.”

Vamos reler a parábola das virgens prudentes e das virgens insensatas (Mateus 25: 1-13). Não era a intenção das jovens imprudentes deixar suas lâmpadas apagadas, elas não fizeram de propósito, mas ao mesmo tempo não agiram como deveriam. Portanto, quando o Esposo chegou, elas não estavam prontas e foram excluídas da festa. A falta de vigilância foi fatal para elas. Ou ainda, no exemplo da parábola da casa e da tempestade (Mateus 7: 24-27): Aquele que construiu sua casa na areia obviamente não queria que ela desmoronasse. No entanto, foi o que aconteceu, porque ele não se preocupou em erguê-la na rocha.

Confiemos nossas fraquezas à Sua Misericórdia

Jesus nos pede a “tudo fazer com propósito”, de forma consciente, a fim de cumprir a vontade do Pai (Mateus 7: 21-22). Ele quer que sejamos livres e responsáveis, aqueles que arregaçam as mangas para realmente colocar em prática a sua Palavra. Cuidado com os “pobres coitados” que não têm a coragem de fazer frutificar os seus talentos (Mateus 25, 30), como covardes que não sabem fugir às tentações (Marcos 9,43-48)! Mesmo que eles não busquem intencionalmente o pecado, o Senhor é muito duro com eles.

Por outro lado, se colocarmos nossos passos nos passos de Jesus, obedecendo assim como ele fez, a tudo que pedia o Seu Pai; se confiarmos nossa fragilidade à Sua misericórdia, realizaremos, “sem fazê-lo de propósito”, maravilhas que estão além de nós.

Christine Ponsard

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