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Boas razões para sair de férias sem os filhos

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Edifa - publicado em 28/10/19

Fazer uma viagem romântica a dois é o sonho de muitos pais. Mas nem todo mundo mergulha nessa ideia, por estar presos de certa forma num sentimento de culpa. No entanto, reservar um tempo exclusivamente para o casal não é apenas aconselhável, mas essencial

Você acha que é impossível deixar seus filhos por alguns dias? Você diz que seus pais moram longe e por isso não tem com quem deixar os filhos? Você pode ter razão, no entanto, gostaria que você respondesse a uma pergunta: você mesmo se recusaria a tomar conta por dois dias dos filhos dos seus amigos, para permitir que eles respirem um pouco e recarreguem as baterias? Certamente não! Então é isso que me surpreende: estamos prontos para servir espontaneamente, generosamente, mas não ousamos pedir o mesmo a outras pessoas que o fariam também para nós, sem dúvida, espontaneamente e generosamente! Teríamos nós o monopólio da bondade e da generosidade? Por que não fazer ao outro a “caridade de nos fazer caridade” e dar a eles uma oportunidade de se doar?

E se essa viagem pudesse fazer seus filhos felizes?

Ainda tem mais: quem serão os grandes beneficiários desta viagem? Mais precisamente essas crianças que encontrarão pais mais relaxados e especialmente mais apaixonados. O maior presente que os pais podem dar aos filhos é o amor conjugal. Para ser uma boa mãe, primeiro você precisa ser uma boa esposa. E as crianças, principalmente nos dias de hoje, ficam muito mais tranquilas e confiantes quando crescem em um clima de amor entre pais. Portanto, esses dias de descanso não devem ser levados “apesar dos filhos”, mas “pelos filhos”. Apenas explique a eles, mostrando que vão ficar separados apenas dois ou três dias (não é uma eternidade!) para aprender a amar melhor. Certamente os filhos mais velhos lhe dirão: “Vão logo!”.

Mas podemos nos perguntar se o problema é mesmo o da dificuldade de deixar os filhos com alguém. Às vezes, não seria um forte álibi recusar o que nos encanta tanto? Neste caso, devemos olhar para nós mesmos e descobrir o porquê da relutância em fazer uma viagem que ainda deveria nos inspirar. Se trata realmente de um medo de traumatizar as crianças? Será que não se trata de uma questão de falsa culpa: dedicar tempo a si mesmo, ousar pensar em si e no descanso, enquanto as crianças não se beneficiariam? Ou um medo individual que temos por diferentes razões? As razões conscientes ou inconscientes não faltam. É preciso descobri-las, porque é realmente uma pena que os casais tenham perdido o interesse nesses passeios românticos a dois.

Os benefícios de uma viagem romântica

Todo casal precisa de fantasia. E uma viagem sem os filhos é uma fantasia que podemos escolher realizar. Permite ter pelo menos uma vez a tranquilidade – sem se preocupar com banhos e jantares para dar às crianças – principalmente para se redescobrir. Na rotina diária, corremos o risco de nos tornar “móveis”, ou seja, uma coisa útil, mas que não prestamos mais atenção. Na Bíblia, em uma versão apócrifa, há uma passagem surpreendente: quando Abraão partiu para o Egito com sua esposa Sara, ele notou que os outros homens estavam olhando para sua esposa com admiração. Então, diz o texto, “Abraão olhou para sua esposa e viu que ela era linda”. Fazia muito tempo desde que ele a olhara! Transpondo para o hoje, de um outro ponto de vista, o outro passa a ser novamente visto.

A viagem também permite que um casal se comunique: quando tem muitas crianças juntas, eles ocupam o chão e fazem tanto barulho que os cônjuges não ouvem o silêncio que é estabelecido sorrateiramente entre eles. O casal pode então repetir em um ambiente agradável as palavras de amor que estão ausentes na rotina cotidiana. Eles também podem fazer um balanço da experiência de seu amor: cada um pode expressar o que o pesa e, portanto, se libertar. Em paz, finalmente, o casal pode fazer escolhas importantes. Portanto, sim, você tem o direito de pensar em si mesmo e parar um pouco! O próprio Deus não descansou no sétimo dia?

Père Denis Sonnet

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