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Meu marido consulta sites pornográficos. Como lidar com isso?

PORNOGRAPHY

Patryk Kosmider - Shutterstock

Edifa - publicado em 31/10/19

Cuidado, pois a sua reação pode impactar bastante o seu relacionamento. Portanto, antes de condenar as atitudes do seu esposo, tente compreender o que se esconde por trás desse vício

A primeira explicação vem espontaneamente à nossa mente, e às vezes é válida: a vida sexual já não é mais a mesma e seu marido não está satisfeito. Ele então busca, através da internet, uma compensação neste tipo de meio virtual que aos seus olhos tem o mérito de o fazer “não ir buscar o que falta em outro lugar”. Uma explicação estética, por outro lado, é mais difícil de sustentar. Se a representação do nu feminino pode gerar incontestáveis obras de arte, não é exatamente o que acontece com os “closes” pornográficos, que estão longe de ser arte.

De fato, será que a explicação para esta prática não estaria sobretudo no interior de cada ser humano (incluindo as mulheres), em sua dificuldade de dominar o instinto sexual, dificuldade que vem do pecado original, com um componente “mixoscopo”, que pode ser exaltado em alguns? Os “profissionais do sexo” alimentam esse impulso, prometendo ao curioso ver de tudo. Observe que as mulheres parecem poder dominar mais facilmente esse impulso, elas não costumam assistir a filmes pornôs com tanta frequência e em geral, são mais atraídas pelo olhar, as palavras, as carícias do amado que pela contemplação do nu.

Normalmente, na vida sexual de um casal sadio, esse desejo do ver acaba sendo sublimado no ato de amar e se torna contemplação, admiração. Existe também um erotismo conjugal sadio, que respeita a castidade, o qual podemos encontrar no livro Cântico dos Cânticos. Mas é possível que existam regressões momentâneas à comportamentos adolescentes. E sem dúvida mais frequentemente e violentamente nas pessoas onde a sexualidade foi desapropriadamente reprimida por uma educação restritiva ou puritana.

O que dizer, o que fazer?

Não há por que dramatizar este comportamento, que pode se tornar obsessivo se for carregado de culpa. Mas também não se deve subestimar a culpa do marido ou a ferida da esposa que descobre essa situação. Ela comumente se sente enganada, suja. Uma discussão franca, uma escuta compreensiva, um pedido sincero de perdão, podem trazer de volta a paz e a serenidade ao relacionamento.

Se a consulta de sites pornográfico foi acidental, algo que apareceu na tela e que ele não conseguiu resistir, o homem pode mais facilmente curar seu interior, ciente de que essa prática reflete um comportamento ofensivo à dignidade da pessoa humana, a começar pela sua própria dignidade, reduzindo-o a uma dimensão genital.

Além disso, não há nada mais monótono do que a pornografia. Mas essa reflexão de bom senso pode não ser suficiente. O uso da pornografia pode se tornar uma droga que cria verdadeiramente dependência, um vício. Uma droga da qual não conseguimos nos livrar sozinhos, mas que podemos vencer com a ajuda de um grupo, da força do sacramento da reconciliação, com a oração pessoal ou até mesmo com a ajuda de um terapeuta, quando a dependência já está em um nível muito elevado.

Padre Denis Sonet

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Pornografia
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