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E se a oração conjugal pudesse transformar seu casamento?

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Edifa - publicado em 20/11/19
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Cada casal vive um mistério e uma realidade única. Portanto, não existe uma regra estrita para a oração conjugal. O que mais importa não é a forma, mas a vontade de rezar a dois

A experiência mostra que a oração conjugal, como a oração da família, apresenta algumas dificuldades: o tempo reservado para isso, o conteúdo da oração, a superação do conformismo e da rotina, a forma como cada um se expressa em sua relação com o Senhor, dentre outras.

O erro seria de crer que essas dificuldades são insuperáveis. Rezar sozinho, de forma pessoal, isso se aprende, então também é possível aprender a rezar junto!

No início, podemos começar de forma simples. Precisamos confiar totalmente no Senhor. Se Ele quer essa oração a dois, ele também doará os meios. Ele apenas pede nossa boa vontade e nossa perseverança durante esse tempo de aprendizado.

Por onde começar?

Separe ao menos dez minutos à noite, não muito tarde – depois de colocar as crianças para dormir por exemplo – numa hora em que não haverá muitos riscos de ser incomodados.

Comece ficando um ao lado do outro, silenciosamente, de forma que os dois fiquem confortáveis. Se recolha, volte o seu coração à Deus, invoque o Espírito Santo: “Vem Espírito Santo, vem orar em mim”.

Podemos ficar por um tempo em oração silenciosa, principalmente durante esse período de aprendizagem, e nos habituar simplesmente a ficar juntos diante do Senhor. Nós podemos finalizar com um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria’, meditando cada frase da nossa oração.

Se aceitamos passar por esse primeiro estado de pobreza, constataremos que o Espírito Santo nos fará pouco a pouco exprimir em palavras aquilo que vem do nosso coração – ação de graças, pedidos, etc.

Nós podemos então nos exprimir brevemente em voz alta, para partilhar da nossa intimidade com Deus também com o nosso esposo ou esposa, tomando o cuidado para sempre respeitar o outro. A oração em alta voz “quebra o gelo”, nos enriquece, nos faz crescer na comunhão, edificamos um ao outro. Mas atenção às conversas paralelas!

Uma outra opção é de começar a oração a dois pela ação de graças ou pelo louvor. Podemos facilitar a partilha da oração através da leitura de um Salmo. É preciso aprender a conhecer e utilizar os Salmos, porque eles são como rezar com as palavras que Deus mesmo nos deu e que Jesus utilizou para sua própria oração.

Podemos iniciar a oração confiando ao Senhor nossas intenções pessoais, ou as alegrias e as preocupações familiares, a vida das comunidades cristãs ou não as quais fazemos parte, e as grandes intenções da Igreja.

Rezando a dois para entender melhor um ao outro

A chave da oração é começar bem! O recolhimento, o esforço para silenciar por dentro e por fora, o coração em adoração… Se começarmos bem, o resto se seguirá, basta permanecer na simplicidade e nos deixar guiar pelo Espírito Santo.

Não se preocupe muito com as distrações, pois elas não podem ser totalmente evitadas. Além disso, não se deve julgar a oração. Uma “boa oração” é apenas aquela que se faz todos os dias, aquela da qual nós saímos relaxados, pacificados, reconfortados, com o coração repleto de confiança, esperança e amor. 

Jean-Régis Fropo