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Quando reza, não sente nada? Parabéns, você sabe rezar!

PRAYER FOR LIFE,NEW YORK CITY,ROE V WADE

Jeffrey Bruno

Edifa - publicado em 03/01/20

Quando reza, não sente nada, não ouve nada, não tem nada a dizer? E, então ? Isso não significa que você não saiba rezar, pelo contrário! 

Quem nos colocou na cabeça a estranha ideia de que algo deve acontecer sempre que rezamos? Desde a infância, fomos colocados no caminho errado quando adultos bem-intencionados nos perguntavam periodicamente: “Você já fez sua oração?”. Como se a oração fosse algo a ser feito. De facto, há muito a dizer sobre este “fazer”, que reduz e desvaloriza tudo o que toca (fazer amor, fazer filhos, fazer caridade, fazer comunhão). Na ausência do verbo “fazer”, outros estão associados a uma certa imagem ou a um certo ideal de oração: sentir, dizer, ouvir, compreender “coisas”. Na realidade, porém, essas “coisas” são raras.

“Ser”, o verdadeiro verbo a usar quando se fala de oração. 

A oração é normalmente austera, ou pelo menos não cumpre todas estas promessas. Daí o nosso desapontamento. A tentação é então acusar a Deus, porque se Ele nos amasse, teria de corresponder às nossas expectativas. Ou nos acusarmos a nós mesmos, porque se amamos a Deus, devemos ser capazes de o conhecer. Se a comunicação correr mal, de um lado ou do outro, não seria melhor desligar afinal? Com demasiada frequência, após algumas tentativas, abandonamos o campo da oração e a luta pára pela falta de lutadores.

Eu lhe direi o verbo verdadeiro para usar quando se fala de oração: é o verbo “ser”. Rezar é ser, ser com. É disso que se trata a oração. Santo Agostinho compreendeu bem isto, aquele que fez ao Senhor esta pergunta, ao mesmo tempo triste e alegre: “Meu Deus, tu que estás em todos os lugares, como é que eu não te encontro em lado nenhum?”

“Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo.”

O problema não é a ausência de Cristo, ou a sua distância da história da humanidade, dizia São João Paulo II, “só há um problema que existe sempre e em toda parte: o problema da nossa presença com Cristo”. De facto, de que serve insistir na presença real de Cristo (na Eucaristia, mas também nos outros sacramentos, na sua Igreja, no amor fraterno, no serviço aos pobres) se nós próprios não estamos presentes? 

Quando Jesus envia os seus apóstolos para anunciar a Boa Nova a todas as nações e a todas as gerações, ele afirma com força: “Eu estou sempre convosco, até ao fim do mundo” (Mt 28,20). Mas para poder estar consigo, é necessário ser pelo menos dois. Esta é a própria base da fé como experiência, a fé viva, a fé vivida: estar com ele, que quis estar conosco.

Buscar a Deus, não as emoções

Isto não é sem consequências. Isso nos obriga a compreender o lugar e o sentido da oração na vida do cristão. A oração não é um fim, mas um meio. O objetivo é a vida com Cristo. Poder dizer com o Apóstolo Paulo: “Para mim o viver é Cristo” (Fil 1,21); “Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor 10,31). Mas aqui está: para estarmos sempre com o Senhor, devemos, de vez em quando, pertencer-Lhe exclusivamente, deixando tudo por Ele, para que Ele esteja no coração de tudo.

O valor da nossa oração não se mede pelo número de grandes ideias ou sentimentos maravilhosos que vamos encontrar nela. Mas pelo fato de que, neste lugar do mundo em que estamos, neste momento da nossa vida em que estamos, ousamos nos expor ao encontro com Deus. Um encontro de ser a ser. A Bíblia diz “cara a cara”. Os autores espirituais dizem “coração a coração”. O que é importante? Que Ele nos possa encontrar. Então também teremos alguma chance de o encontrar.

Padre Alain Bandelier

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