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Sente-se inútil? Deus tem uma mensagem para você

Sad - Woman - Desperate

© Marcos Mesa Sam Wordley

Edifa - publicado em 10/01/20

Às vezes nos sentimos miseráveis. Este sentimento nos devora por dentro e nos impede de ser felizes. O que podemos fazer para voltar ao normal e recuperar a nossa autoconfiança? O Senhor tem a resposta para esta pergunta

A impressão de ser patético pode ter causas muito diversas: em primeiro lugar, pode ser devido a uma falta de caráter, agravada por feridas da infância; um ou mais fracassos recentes que prejudicaram seriamente a nossa confiança; cansaço (particularmente forte nas noites sombrias e frias de inverno); a acumulação de tarefas a realizar, preocupações a enfrentar, imprevistos que perturbam a ordem das coisas… e muitas outras razões, que frequentemente estão entrelaçadas. Quando este sentimento nos domina, nos deixemos olhar por Aquele que não nos acha nada patéticos… e por uma boa razão! Foi Ele quem nos fez, à Sua imagem, e é Ele quem nos salva.

Deus nos ama, aconteça o que acontecer.

Estamos seguramente longe de imaginar quanto Deus se maravilha com cada um de nós. Esta pode ser uma das nossas maiores surpresas quando nos apresentarmos perante Ele. Deus vê a nossa beleza, e nos a revela.

Quando rezamos, mesmo que aparentemente esta oração seja apenas um monólogo cheio de distracções e de aborrecimento, Deus nunca para de nos repetir na linguagem silenciosa que é sua: “Você é meu filho amado, você é belo, você é grande, você é o tesouro do meu coração”. A oração não nos isenta de lutar contra as causas do desânimo, como a fadiga ou o excesso de trabalho.

Crise existencial ou fadiga temporária?

Mas também é importante separar as obrigações verdadeiras daquelas que não o são (sabemos que Deus nunca nos pede mais do que podemos cumprir em um dia), nos permitir períodos de descanso indispensáveis (e não passa nada se precisamos de nove horas de sono, quando outros podem se contentar com cinco ou seis), etc.

Não entremos em pânico ao considerar como uma crise existencial o que normalmente é apenas um cansaço mais ou menos temporário, mas consideremos seriamente este cansaço superficial ou esta depressão profunda. Se não respeitamos o nosso corpo, toda a nossa vida espiritual sofre.

Humildade sobretudo! 

O sentimento de ser um fracassado não é nada grave, contanto que não se sinta tristeza por isso. É possível se entusiasmar ao reconhecer que não somos nada, porque Deus é tudo: esta é a característica da humildade. Mas quando nos falta esta humildade sagrada, a constatação das nossas limitações provoca amargura e desânimo. O nosso orgulho se rebela ou se desespera diante dos nossos fracassos. Dito isto, a humildade não pode ser conquistada pela força dos braços: o voluntarismo neste tema pode até levar ao resultado oposto. O segredo nos é dado por Santa Bernadette: “São necessárias muitas humilhações para fazer um pouco de humildade”.

Os fracassos e outras humilhações muitas vezes nos parecem como obstáculos na nossa vida espiritual, como retrocessos, como entraves à santidade. A humilde Bernadette, pelo contrário, nos ensina a acolher tais coisas como oportunidades para nos confiarmos cada vez mais e mais simplesmente ao amor de Deus.

É por isso que nunca vamos ser “patéticos”

“Eu sou patético!” No início um grito de angústia, que se transforma em um grito de socorro, e depois um cântico de louvor. “O Senhor faz maravilhas por mim.” Sozinhos, somos patéticos, é verdade. Somos ainda menos do que isso: não somos nada, no sentido estrito da palavra. Se Deus deixasse de nos amar por um único momento, deixaríamos de existir, mas Ele nos ama e sempre nos amará: isso muda tudo. Quaisquer que sejam os nossos fracassos, quaisquer que sejam as nossas limitações, quaisquer que sejam as razões – boas ou más – que nos levam a nos sentir debaixo de tudo, qualquer que seja a gravidade do nosso pecado, nós não somos e nunca seremos “patéticos” por causa deste amor infinito de Deus por mim. A questão é aceitar colocar minha mão na Dele, para receber tudo dEle.

A criança pequena não se preocupa pela sua impotência: confia com segurança no amor dos seus pais. Não é este o bendito abandono ao qual Jesus nos convida quando nos diz que o Reino pertence às crianças e àqueles que são como elas?

Christine Ponsard

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