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É preciso realmente amar os nossos inimigos?

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Antonio Guillem I Shutterstock

Edifa - publicado em 21/01/20

Amar verdadeiramente os nossos inimigos parece impossível. Contudo, é isso o que Jesus nos pede. Mas com qual objetivo? Por que nós precisamos amar aqueles que nos fazem sofrer?

O amor aos nossos inimigos é uma questão central no Evangelho. Esse amor é real e exigente, pois não pede nada em retorno. Jesus fala disso sem romantismo: “Digo-vos a vós que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam” (Lc 6, 27). E para ser ainda mais claro, podemos recorrer a uma Bem-Aventurança: “Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem!” (Lc 6, 22).

A lei do perdão substitui a lei de talião

Entendam bem, Jesus não é um masoquista! Ele rompe o círculo da vingança e da violência, defendendo um amor de estima e de bondade para com os inimigos: “abençoai os que vos maldizem e orai pelos que vos injuriam.” (Lc 6, 28). Sua vida é testemunho desse tipo de amor feito dom, especialmente sobre a Cruz: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). “Aquele que tem ouvidos, que ouçam” – a atitude do discípulo é de, em primeiro lugar escutar Jesus com um coração dócil para em seguida poder amar em verdade.

“Eu vos digo: amem seus inimigos”! Deixem o velho decreto “olho por olho, dente por dente” (Lv 24, 20). Daqui em diante, a lei do perdão substitui a lei de talião. Jesus corrige a lei e a leva à perfeição. Toda vida humana é sagrada. Assassinatos, torturas ou guerras não se sustentam diante deste apelo de amar os seus inimigos.

Amar seus inimigos, missão (im)possível?

Por que amar nossos inimigos? Porque Deus os ama e nós somos seus filhos. Não temos todos o mesmo Pai que “é bom para com os ingratos e maus.” (Lc 6:35)? Sua misericórdia está acima de todo ressentimento. Mas, como é possível amar a pessoa que nos traiu, nos machucou? É uma luta difícil de portar sozinho, é verdade, mas Jesus nos devolve a nossa liberdade e nos mostra o caminho: “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e vos será dado.” (Lc 6, 37-38)

É um grande desafio! Cristo nos honra ao nos pedir que o levemos de forma livre, apesar de nossas feridas e limites. Ele confia em nós. Não é impossível, uma vez que Ele próprio viveu isso. Ele sabe que somos capazes, com a condição de deixar que ele ame através de nós. E é por isso que ele nos dá o seu Espírito. Portanto, não desanime. O caminho para o Pai é longo, mas o perdão torna o passo leve. Vamos nos tornando um pouco mais misericordiosos a cada dia. Tal Pai, tal filho!

Jacques Gauthier

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