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Será que estou rezando bem o terço?

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© De Daniel Jedzura - Shutterstock

Edifa - publicado em 24/01/20

Muitos santos falaram do terço. Eles beberam desta fonte e nos convidam a aderir a ela também. Veja como funciona essa oração – mesmo se você acha que já é especialista na matéria!

Antes de recitar o terço, é preciso segurá-lo. Isso parece evidente, contudo, não o pegamos da mesma forma que pegamos outros objetos. O terço é antes de tudo uma graça, o que quer dizer que ele é um maravilhoso presente que o Senhor nos dá para nos aproximarmos dele. No momento que colocamos a mão na nossa bolsa ou no bolso do nosso jeans, podemos dizer: “Obrigada Senhor! Não sou eu que seguro esse terço, mas és tu que me segura, que me escolhes. Não me deixes.” Na Capela Sistina, Miquelangelo admiravelmente representou o poder dessa oração sob a forma de um homem agarrado ao rosário oferecido por um de seus irmãos.

Tudo começa com o sinal da Cruz

O sinal da Cruz sozinho concentra todas as riquezas as quais essa oração nos dá acesso. A cruz é a âncora da Salvação à qual os mistérios do rosário nos conectam. Este sinal que talvez façamos de forma distraída, é preciso considerar também como uma graça.

O Credo que nos lembra que o terço é um ato de fé em Jesus Cristo

Este ato de fé nós fazemos junto à Igreja inteira e junto à Maria. Ela, na glória da sua Assunção, goza de uma visão santa. A sua fé durante a sua vida terrestre permanece para sempre como um princípio e um modelo para a nossa. Nós comungamos à pessoa do Salvador em cada um dos seus mistérios e, ao fazê-lo, participamos de certa forma da fé de Maria.

O terço, Evangelho transformado em oração

Ao longo das contas do rosário, todo o Mistério da Salvação se desenrola diante de nossos olhos. Primeiro a infância de Jesus através dos mistérios gozosos (“mistério” que aqui tem o significado de “evento”), depois a sua Paixão através dos mistérios dolorosos e, finalmente, a sua Ressurreição com os mistérios gloriosos. Na verdade, é Cristo quem está no centro de cada um desses mistérios, desde a Anunciação (Jesus que se encarna no ventre de Maria) até a coroação da Virgem (Jesus coroando Maria). Assim como, em cada “Ave”, o nome de Maria prepara o caminho para o de Jesus. A cada dez ave marias, aprendemos com a Mãe como olhar para o Filho.

Uma prática herdada dos santos é a introdução de “cláusulas” em cada “Ave”. É muito simples: basta empregar uma ou duas palavras que nos ajudarão a fixar nossa mente no Mistério contemplado. Alguém dirá, por exemplo: “Jesus apresentado ao templo” ou “Jesus ressuscitado, bendito sejas”. Isso pode nos ajudar, principalmente quando rezamos durante as nossas atividades diárias. Assim, tornaremos nosso dia um rosário, com suas faces alegres, dolorosas e gloriosas, bem unidos a Jesus como Maria, sob a orientação fecunda do Espírito Santo.

O caráter repetitivo da oração não deve nos desmotivar

Lembremos que a oração do terço foi solicitada pela Virgem em todas as suas aparições. Todos os papas a recomendam insistentemente. Além disso, o Rosário era a oração favorita de São João Paulo II. É a oração dos pobres, que podemos fazer em todas as circunstâncias, mesmo e especialmente quando estamos cansados. Há dias em que nos sentimos incapazes de pedir qualquer coisa a Deus, e outros em que não aguentamos as repetições. A pequena Santa Teresa de Lisieux tinha grande dificuldade em recitar o rosário. No entanto, é com ela que encontramos uma das palavras que mais esclarecem a verdadeira natureza do rosário. De que se trata o rosário realmente, senão “olhar para Maria e dizer: Jesus”?

Está tudo lá e ele é um meio. O seu objetivo, é que, com Maria, nos voltemos para Jesus, que é o primeiro a desejar a nossa união com ele próprio. O Senhor nos ajude a rezar, mesmo que haja dias em que somos fracos. O rosário engloba tudo. Para dizer de forma simples, o rosário é um meio, um caminho. Seu objetivo é que, com Maria, possamos nos voltar a Jesus que deseja se unir a nós. Senhor, faz com que a tua vontade seja feita em nós, mesmo que em alguns dias não consigamos fazer nada além de balbuciar algumas palavras.

Monsenhor Louis Sankalé

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