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Você sabe qual é o segredo de uma oração constante?

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Andrew Angelov | Shutterstock

Edifa - publicado em 30/01/20

"Vigiai, pois, em todo o tempo e orai" (Lc 21, 36). Quem nunca recuou perante esse pedido do Senhor?  Já é difícil ficar por alguns minutos em oração! No entanto, existe uma virtude que pode nos ajudar a ter uma vida de oração ousada e perseverante

Em matéria de oração, a perseverança vale a pena. Isto é o que nos ensina as escrituras, desde a aliança de Abraão (Gn 18), até a parábola do amigo inoportuno (Lc 11: 5-8). Ousadia e tenacidade são garantias de eficiência. Orar é, portanto, uma virtude fundamental da força.

Que o nosso desejo de oração não se apague

Como ensina a liturgia, nós não recitamos o Pai Nosso, nós ousamos dizer “Pai Nosso”. É uma grande ousadia quando decidimos bater à porta do eterno para implorar por aquilo que precisamos nessa vida. Nunca poderíamos fazer isso se o Senhor ele mesmo não tivesse nos ensinado e encorajado.

Não tenhamos medo de acordar aquele que nunca dorme (Sl 121), porque o Pai está sempre trabalhando (Jo 5:17). Não tenhamos medo de bater à porta de Deus, de lançar nossos pobres corações de pedra em direção a Ele como se estivéssemos batendo a porta do céu. Confiamos incessantemente na providência, porque aprendemos que o nosso desejo de receber será sempre infinitamente menor que o de nos doar. Este é o segredo de uma oração contínua: o desejo. “O teu desejo é a tua oração”, disse Santo Agostinho. Quando a oração para? Não quando a língua silencia, mas quando o desejo desaparece. A questão de verdade é então: onde está o nosso desejo de rezar?

O Senhor nos dá como exemplo, para nos ensinar que é preciso sempre rezar sem jamais se cansar, a história da viúva que passa a noite inteira atrás da porta do juiz injusto (Lc 18: 1-8). Qual o desejo do coração dessa mulher? Qual questão a conduz a essa obstinação? Na sua luta contra a porta da crueldade, ela não se cansa, não se desarma. Ela leva com tenacidade o combate até o amanhecer. Nós não desistimos facilmente quando amamos. A comparação tem seu valor, mas será que nós esperamos em Deus com o mesmo ardor da pobre viúva? Será que não deixamos apagar o fogo dos nossos corações? Nada alimenta mais a chama pulsante do nosso desejo do que o sopro ofegante de esperança que é essencialmente a oração.

Nunca se desencorajar

De fato, o cristão reza como respira, constantemente. Sem argumentar que, tão ocupado ele está em respirar, que não pode fazer nada mais. Por outro lado, ele não pode fazer nada sem respirar. Os compromissos deste mundo nos sufocam? Que tomemos tempo em oração, este grande balão de oxigênio. É inútil se preocupar, mais vale se colocar na porta do tabernáculo, simplesmente, tranquilo, na esperança. Que não sejamos como a pequena criança que de repente, na rua, não consegue mais encontrar a mãe – começa a correr em todas as direções, vai, vem, retorna, entra em pânico, chora. Agir assim é um erro. Se ela tem equilíbrio e força suficientes para parar e esperar sem se mexer, sua mãe a encontrará mais rápido. Esse é o paradoxo: quanto mais a criança espera, mais rápido sua mãe a encontra! É preciso apenas chamar e esperar.

Será que essa criança acredita que ela é a única a procurar durante a noite? Será que ela tem tão pouca confiança assim em sua mãe? Será que ela não sabe que é exatamente a mãe que está mais inquieta à sua procura, e que fará o que for preciso para a encontrar? Com o Senhor é a mesma coisa, será que temos tão pouca fé assim nele? Será que nós ignoramos o fato de que, é ele o mais impaciente, e que já saiu à procura daqueles que o esperam e chamam, sem se desencorajar?

Padre Guillaume de Menthière

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