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O seu relacionamento caiu na rotina? Veja como mudar isso

ZŁE NAWYKI MAŁŻEŃSKIE

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Edifa - publicado em 13/02/20

A rotina acompanha todos os casais e geralmente acontece sem aviso prévio. Se ela proporciona algum conforto diariamente, às vezes pode se tornar inimiga do casal. Monotonia, silêncios, vidas paralelas são inimigas do amor. Reaja!

Hoje, o que parece um “déjà vu” assusta você, inclusive na vida conjugal. Para muitos, a rotina é o beco sem saída que leva à separação. Os hábitos tomam conta e um dia surge uma impressão triste: tudo tem sido o mesmo há anos.

“Um dos cônjuges está começando a ficar entediado”, diz Sophie Passot, conselheira de casamento e família, casada e mãe de quatro filhos. Mais e mais, à noite, todo mundo sai para o seu canto, ele na frente do computador, ela na frente do celular. O silêncio se instala. “É um sinal de desgaste no vínculo conjugal. A diferença aumenta ao ponto de começar a viver em paralelo, sem desejar mais a “intimidade emocional”. Está na hora de voltar. Começamos a lamentar o que pode ter acontecido. Mas como esses casais que tinham antes tanto entusiamo caem no tédio da rotina?

O psicólogo Gary Chapman chama isso de outono: “No início desta temporada“, escreve em seu livro As Estaçoes do Casamento (tradução livre), “a união parece boa, mas por dentro a situação muda e quando os ventos frios sopram, a deterioração se torna evidente”. A rotina pode aparecer rapidamente, mesmo que atinja mais comumente casais na faixa dos 40 anos. Ela se instala maliciosamente, sem aviso prévio. Para desviar-se dessa rotina, você deve primeiro saber como reconhecer os sinais de angústia da outra pessoa e os seus próprios.

Rastrear sinais de desgaste

Quando os momentos a dois se tornam mais longos, quando o diálogo se torna empobrecido, os dois cônjuges correm o risco de se tornar dois companheiros de quarto. Em seus corações, cada um acusa o outro dessa distância e espera, com mais ou menos paciência, que algo mude. Podemos, contudo, perceber algumas luzes que nos alertam. A negligência, por exemplo. Ao final de um certo período da vida comum, voltamos ao nosso estado natural, nos monitoramos menos, controlamos menos nossas reações. O beijo da manhã ou da noite se torna mais mecânico. Perdemos as pequenas delícias da vida cotidiana: esperar pelo outro para iniciar a refeição, prestar-lhe um serviço, fazer perguntas sobre o seu dia. Mas só porque a paixão era forte no início não significa que você esteja dispensado de alimentar esse fogo, como se o amor fosse algo dado. A relação conjugal é nutrida.

Esses descuidos estão enraizados no egoísmo. No início do relacionamento, os dois amantes estavam prontos para fazer qualquer coisa para agradar um ao outro. O que aconteceu? “O pecado original, como em Adão e Eva, cria desconfiança, o medo de ter que se despir e, portanto, de ser julgado“, analisa Gary Chapman em Casais e Cúmplices. Então eles se protegem e ficam longe um do outro. Eles não são mais sensíveis às suas semelhanças, mas às suas diferenças. Eles não estão mais ouvindo o que os une, mas o que os separa. O egoísmo substituiu o amor.”

Antes que todos os indicadores fiquem vermelhos, é necessária vigilância. Existem muitas soluções e tudo pode se tornar novamente nos como nos primeiros dias, ou até melhor! Hoje existem muitas ferramentas, conselhos para ajudar a saborear esse caminho a dois que, conforme a expectativa de vida, pode continuar por mais de 70 anos!

Abasteça o fogo do amor

Antes de recorrer aos grandes remédios, é possível adicionar tempero e criatividade à sua vida de casal. “É hora de nos conectarmos com esse espírito infantil, essa alegria que tínhamos quando estávamos noivos“, aconselha Sophie Passot. Não hesite em começar a mudança: mude o corte de cabelo, o estilo da roupa, compre uma lingerie nova. Tudo isso pode renovar a sedução. A dimensão sensível é muito importante no casamento. Manter um ao outro atraente é uma necessidade. Benedita e José, seis filhos e 22 anos de casamento, são unânimes: “Também é importante renovar, de tempos em tempos, a estrutura do amor. Às vezes, vamos juntos para um fim de semana sem nossos filhos. Isso introduz um pouco de mágica ao relacionamento”. Sophie Passot observa: “Os casais também precisam inventar sua liturgia para os tempos comuns e para os tempos mais extraordinários. “

Também é bom sonhar juntos, planejar o futuro “um dia, compraremos uma casa grande, um dia, iremos ao redor do mundo…”. Sophie Passot diz: “Ter projetos, mesmo que não sejam necessariamente realistas, mantém a cumplicidade. É possível por exemplo preparar uma viagem, uma festa que planejamos com antecedência e que dá raízes ao casal. Falamos sobre isso antes, durante e depois”.

“Um casamento feliz é uma longa conversa que que parece breve”

Fantasias não são suficientes. Reacender a chama, é sobretudo uma questão de aprofundar o relacionamento. “Não foi para vivermos juntos, conversarmos juntos, que nos casamos? pergunta Jean, casado há 25 anos. No entanto, não fazemos mais nada por esses objetivos. “Qual é o sentido de partir ao fim do mundo se, no seu retorno, a rotina recomeça como antes, sem ter havido um encontro profundo? Em vez disso, o casal precisa de terapia profunda. É preciso começar prestando atenção ao outro. Se os cônjuges não olham um para o outro, nada acontece. Encontrar-se requer verdadeira conversão e abnegação. “O primeiro próximo que nos foi confiado por Deus, observa Sophie Passot, é aquele que nos casamos. “

“Um casamento feliz é uma conversa longa e que parece ter passado muito rápido”, escreveu o romancista francês André Maurois. Os cônjuges nunca se falam o suficiente. Mas sobre o que falar? Tudo e qualquer coisa, tenderíamos responder. No entanto, isso não é suficiente, porque muitas vezes falta o compartilhamento de emoções. Podemos falar sobre como vivemos durante o dia, sem nos limitarmos aos fatos, mas mencionando as repercussões que eles tiveram sobre nós. Quando se trata de uma emoção importante, alguns gostam de fazê-lo por escrito, em palavras curtas, mensagens de texto: todos têm seu próprio caminho.

Mesmo antes que a rotina se instale, a revisão da vida comum é necessária e não podemos economizar palavras. É hora de dar um passo atrás, fazer um balanço dos fundamentos de seu relacionamento. É possível medir a distância percorrida desde o casamento, para evocar as alegrias e tristezas que os marcaram. É bom se fazer várias perguntas: “O que aconteceu com os objetivos que estabelecemos para nós mesmos?” Onde estamos? Como cada um de nós pode investir para sair da rotina? Quais são as respectivas brechas no relacionamento: celular, trabalho, videogame, livros… Onde, no meio de tudo isso, podemos reservar mais tempo um para o outro?”.

Gratidão e oração não devem ser esquecidas

Para Salomon Nasielski, terapeuta de análise de transações, “a gratidão é o fertilizante do casal”. É uma maneira maravilhosa de intensificar o vínculo e, portanto, revivê-lo. Diga obrigado e expresse exatamente o porquê! Já nos anos passados juntos, mas também por tudo o que o outro faz, que parece um dever mas que é um dom. Além disso, não podemos negligenciar o perdão. Quando um dos cônjuges pede desculpas ao outro, as defesas caem por terra e os cônjuges podem falar um com o outro novamente. “Não é negando nossas falhas que alcançaremos intimidade, mas admitindo-as imediatamente e pedindo perdão”, observa Gary Chapman, que considera que quanto mais os cônjuges estão próximos de Deus, mais profunda é a intimidade no relacionamento à dois.

Adéline e Pierre testemunham: “A ajuda mais forte e proveitosa é a espiritual”. O Espírito Santo, o Espírito de renovação, que suaviza o que é rígido, irriga o que é seco e aquece o que é frio, é o interlocutor ideal para o casal preso na rotina. Cabe ao casal orar com confiança para que este Espírito traga as soluções certas. O Vinde Espírito Santo pode, assim, tornar-se uma oração conjugal.

Florence Brière-Loth

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