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A dor do primeiro amor – erros a evitar com seu filho adolescente

MOTHERS DAY

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Edifa - publicado em 20/02/20

Crises de choro, angústia, explosões de raiva... O primeiro fim de relacionamento romântico do filho deixa os pais perturbados. Querendo acertar, eles costumam tentar minimizar a dor do filho e cometem vários pequenos erros

A primeira dor de amor pode surgir subitamente como um tornado, difícil de controlar para um adolescente. A princípio, ele pode se surpreender com tantos sentimentos que o invade e logo tem a certeza de que acabou de descobrir o amor com letra maiúscula. O dia em que o “amor da sua vida” o deixa, tudo se torna um grande drama. E quem se atreve a dizer que duvida da seriedade dessa relação e do sofrimento que o jovem experimenta é impiedosamente rejeitado! Mas como você pode ajudar seu filho adolescente a passar por esse período difícil em sua vida?

Erros a evitar

Acima de tudo, devemos aceitar esse sofrimento. Ele existe e é muito profundo. Palavras calmantes como: “Você verá, não é nada, logo passará”, não passarão de um paliativo para uma ferida real. Quanto a palavras irônicas ou de culpa, como “você é jovem demais para saber o que é o verdadeiro amor”, “nós o avisamos, você queria jogar grande e foi largado …”, apenas pioram a situação.

O papel dos pais nessa situação é, acima de tudo, deixar que o filho expresse a decepção cruel de seu coração, suas esperanças frustradas, sua tristeza, revolta, baixa estima em relação a si mesmo, sintomas comuns de quem se sente amado e depois rejeitado. Em vez de deixá-lo ruminar esses sentimentos sozinho em seu canto, você pode convidá-lo a sair, ver um filme ou envolve-lo em outras atividades para fazê-lo arejar suas ideias, mesmo que, a princípio, ele não queira dizer sim às suas propostas. Quando o momento é favorável e a momento mais difícil já passou, é possível refletir sobre questões que surgirão mais cedo ou mais tarde: “Você sabia que podemos amar duas vezes, e a segunda vez mais do que a primeira? Há alguém no mundo que podemos amar. Só porque alguém não te ama mais não significa que você não tem valor.”

Observe os comportamentos depressivos

O adolescente precisa viver o luto desse amor perdido, pois enquanto ele viver na esperança de se reconectar, não é possível ser curado. Você tem que ajudá-lo a “enterrar” seu sonho. Em vez de tentar voltar para o outro na louca esperança de que ele volte, é melhor virar a página diretamente, jogar fora as fotos e as memórias. Também é muito importante garantir que ele encontre alguém que possa ouvi-lo e entendê-lo.

E por que não propor ao seu filho de cuidar de outras pessoas que estão em sofrimento (garantindo que a miséria encontrada não o domine)? E se o desespero se instala, se ele evoca suicídio, nunca se deve levar essas palavras como se elas não tivessem importância. Se necessário, consulte um psiquiatra comportamental. Para ajudar seu adolescente, você deve fazê-lo entender que viver é um ato de honra. Se desejamos morrer por alguém que nos ama, ainda podemos entender, mas fazê-lo por alguém que nos deixou é quase irracional. Nesse caso, é importante perceber quanto poder estamos dando a outra pessoa, pois ele tem o poder de nos destruir. É hora de recuperar para nós esse poder que foi concedido a outro.

Que tal fazer um balanço?

Mas o mais eficaz ainda é convidar o jovem a fazer um balanço do que acabou de experimentar: “Você sabia que a experiência que você teve pode ser extremamente gratificante para você? Você acabou de aprender por si mesmo que o amor pode dar muita felicidade, mas também muito sofrimento e, portanto, é importante não brincar com o coração do outro, especialmente em um período na vida em que a estabilidade dos sentimentos não é garantida”. Você também se perguntará as perguntas que o ajudarão no futuro: “Por que eu não fui amado? Por excesso de possessividade, por ingenuidade (pensei já ter encontrado a pessoa certa)? Por muita pressão moral sobre a liberdade do outro (“O amor floresce apenas na liberdade”)? Você também pode fazer o retrato da pessoa que você amará um dia, lembrando das qualidades que você encontrou naquele por quem se apaixonou. Por fim, essa mágoa pode se tornar uma grande oportunidade de amadurecimento.

Permanece o fato de que, para preencher o vazio emocional sentido pelo jovem, o mais importante será sempre o clima de amor, o ambiente acolhedor, compreensivo, e nunca moralizante dos pais. Em seu comportamento marcado por ternura e um respeito que não força a confiança, o adolescente descobrirá o que é o amor verdadeiro: esse amor que, à semelhança do amor divino, aceita sofrer pelo bem do outro, mas sempre faz o possível para nunca causar dor.

Denis Sonet

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