Geralmente as crianças têm ciúmes. E eles podem manifestá-lo de várias maneiras, incluindo uma birra ou a recusa em obedecer. Mas existem algumas dicas para lidar com os acessos de fúria dos pequenos
“O que você falou é muito feio, você não tem o direito, olhe à sua volta, você tem tudo para ser feliz!”. Nesta sentença, há uma confusão entre ouvir e aprovar.
Escutar é uma necessidade
Mesmo que a nossa inclinação seja a de dar conselhos a uma criança, responder ou interrompê-la com um julgamento negativo, devemos lembrar que ela quer simplesmente ser ouvida.
As emoções, assim como os sentimentos que elas despertam, surgem sem aviso prévio, e são causadas pela nossa percepção do mundo.
Moralmente neutras, elas são ferramentas que a natureza nos dá para enfrentar as dificuldades da vida.
Se fornecermos explicações racionais tingidas de moralismo em vez de ouvir o outro, expressamos que o que ele sente e tenta dizer não está certo.
Quando o ambiente nega sentimentos, a criança se menospreza e age de acordo com o que os outros esperam. Ouvir a criança é ajudá-la a se construir como pessoa.
Não ser ouvido ou entendido gera a impressão ir de cara com a parede e pode causar sentimentos de violência.
Tudo o que foi trancado como em uma panela de pressão se transforma em raiva, agressão, agitação, mentira ou é expresso através de dores de estômago, dores de cabeça, febre inexplicável.
O papel dos pais é ajudar a criança a resistir ao impulso que o ciúme pode gerar. Se a escuta é vital, colocar limites às paixões para não se tornar escravo delas também é essencial: “Sim, você pode sentir ciúmes, mas essa não é uma razão para bater em seu irmão”.
Não esquecer de dizer “eu te amo”
Ao dar-lhe a garantia de nossa afeição, os ajudaremos a não alimentar os ciúmes através de comportamentos equivocados.
A criança pode então ver a diferença entre aquilo que ela sente e o que faz, pelo que é responsável e o que pode se tornar um pecado.
Isso nos leva de volta às palavras do Evangelho: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem” (Marcos 7, 15).
Ao dar-lhe a garantia de nossa afeição, nós as ajudamos a não manter birras e ciúmes através de comportamentos inaceitáveis.
A criança pode então dizer a diferença entre o que sente e o que faz disso, pelo qual é responsável e que pode se tornar um pecado.
Como diz o Evangelho: “Nada que seja externo ao homem e que entre nele pode torná-lo imundo. Mas o que sai do homem é o que torna o homem impuro “(Marcos 7, 15).
Nossos filhos podem experimentar emoções que nos assustam e nos desarmam. Precisamos nos colocar algumas questões como “o que ele quer nos dizer através da sua raiva e seu ciúme?”; “que mensagem queremos transmitir a ele?”. Se for uma mensagem de amor, será encorajador e afetuoso dizer “eu te amo”. Uma criança precisa ouvir essas palavras, juntamente com as proibições necessárias, que às vezes são mais fáceis de externar.
Élisabeth Content (Conselheira e terapeuta conjugal e familiar)