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O combate espiritual de cada casal

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George Rudy - Shutterstock

Edifa - publicado em 30/04/20

Para viver plenamente como um só coração e construir uma relação sólida, cada casal deve lutar contra os seus próprios demônios

Muitos casais relatam viver um conflito entre seu ideal de casamento e o que experimentam diariamente. Eles começaram essa jornada com o desejo de viver o relacionamento de acordo com os Atos dos Apóstolos, com “um só coração, uma só alma” (Atos 4, 32), e descobrem que a realidade não se enquadra nesse belo ideal. Eles sentem então um imenso vazio nesta aventura que imaginaram emocionante, e procuram entender o que está acontecendo – apesar de terem medo de descobrir que sua visão de relacionamento foi talvez uma visão muito sonhadora ou utópica.

Lutar contra os seus próprios demônios

Um relacionamento se mantém porque faz sentido para o casal ter “uma catedral a construir”. E o sentido que alguns casais dão à vida no início do casamento é, como os primeiros cristãos, de viver em grande generosidade, render-se à Providência e ao amor do “irmão”. Uma verdadeira catedral a construir! Uma obra que exige coragem, perseverança, vontade firme e muita humildade. E principalmente, exige lutar contra seus próprios demônios (egoísmo, sede de poder, falta de respeito), as chamadas paixões da alma, como diz São Francisco de Sales. Um verdadeiro caminho de luta, como expõe São Paulo em sua Carta aos Romanos (Rm 7). Um caminho que atende ao nosso desejo interior de realização.

Escolher viver a dois durante a vida toda é bastante exigente, tanto de forma pessoal quanto conjugal. É preciso compreender que o casal não é feito da adição das duas pessoas, que a vida profunda do casal não é a justaposição da vida interior de cada um – mesmo sabendo que possuir uma vida pessoal interior saudável é indispensável para um relacionamento saudável. O casal é como um novo e único ser, nascido do desejo de viajar juntos pelas rotas da vida, e de cumprir uma missão específica enraizada no compromisso usque ad mortem. Até o fim de nossas vidas, dizemos modestamente durante a cerimônia de casamento sacramental.

E o primeiro campo de ação desse combate espiritual pelo qual todos passamos, é sem dúvida o do relacionamento com seu cônjuge. Nosso irmão mais próximo, que tantas vezes nos faz ver a nós mesmos. Os casais que desejam redescobrir essa chama interior que os entusiasmava terão que retornar a si mesmos e visitar ou revisitar todas essas áreas que dão sentido às suas vidas, passando sob o crivo da sua vivencia “ordinária”. E então seu medo, sem dúvida, se transformará em energia poderosa, pois a verdade nos liberta!

Marie-Noël Florant

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Casamento
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