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Todos os maus pensamentos são causados pelo pecado?

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By Leszek Glasner|Shutterstock

Edifa - publicado em 04/05/20

Todos os dias, milhares de pensamentos atravessam a nossa mente. E quando eles são maus, será que precisamos sempre buscar o pecado que se esconde por trás?

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Cada vez que recitamos o Eu confesso a Deus, somos lembrados das quatro formas concretas que o pecado pode assumir: pensamentos, palavras, ação e omissão. Como podemos ver, o pecado mental é nomeado primeiro. De fato, diferente da tentação, que vem frequentemente de fora, o pecado sempre começa na interioridade da consciência, pelo menos na forma de consentimento ou conivência. Mas se não expressarmos esses pensamentos ruins, onde mora o mal?

Somente pensamentos voluntários podem ser pecaminosos

Em seu debate com os fariseus sobre os puros e impuros, Jesus mostra que o que contamina o homem não é o que entra nele, mas o que sai: “Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias” (Mt 15, 18-19). O Discurso na Montanha também nos alerta: a proibição de assassinato também abrange a raiva interior; a proibição de adultério também se refere ao olhar de luxúria (Mt 5, 22 e 28).

Santo Agostinho sublinha: “Há homens que se abstêm de más ações e não de maus pensamentos. Esses purificam a carne e não o espírito”. Ele dá este exemplo muito direto: o homem tomado pela paixão provavelmente não se afunda na cama da mulher desejada, mas, na verdade, se afunda no espírito. É também o pensamento de São Jerônimo: “Não é a vontade de pecar que falta a este homem, é a oportunidade“.

No entanto a verdade é que não somos donos de nossos pensamentos. Existem duas coisas a explicar. Primeiro, é preciso enfatizar que existe pensamento e pensamento. Frequentemente, esses pensamentos são coisas que passam por nossas cabeças ou por nossos corações sem que desejemos. Podem até levar à tentação, mas tentação não é pecado. Santo Agostinho mostra bem o limiar: “não é mais simplesmente experimentar as solicitações da carne, mas dar pleno consentimento à paixão desordenada, a ponto de não reprimir o desejo ilícito”. Os pensamentos só podem ser pecaminosos ou virtuosos quando existe uma ação associada a ele, que compreende acolher pela própria vontade um pensamento e mantê-lo.

Tornar-se o mestre dos seus pensamentos

Deve-se acrescentar que, infelizmente, a “desordem dos pensamentos” faz parte da condição humana. É um legado do pecado, que perturba a paz do coração e a clareza da inteligência. É por isso que devemos pacientemente, mas resolutamente, nos tornar pouco a pouco donos de nós mesmos, incluindo nossos desejos e pensamentos. É um trabalho difícil e de longo prazo que não é feito sem ascese. Infelizmente, a palavra caiu em desuso – não apenas a palavra, mas também a ação. No entanto, o ascetismo é mais necessário do que nunca, em um mundo que constantemente nos bombardeia com pedidos, emoções, reações. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável” (Fl 4, 8): é isso que deve ocupar nossos pensamentos!

Padre Alain Bandelier

Tags:
Inteligencia emocionalPecadoVirtudes
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